Archive for CULTURA

Evita, o Musical


De desconhecida a primeira-dama da Argentina. Evita Perón destacou-se por seus feitos públicos; de origem humilde, batalhou na carreira de atriz até tornar-se líder política do povo argentino. Morreu aos 33 anos e consagrou-se como um mito. Sua fascinante trajetória, sua história de amor e sua batalha pessoal são retratadas em Evita, o Musical. Comdireção geraldeJorge Takla, o musical é a primeira montagem da obra totalmente criada e realizada no Brasil e integralmente cantada em português. Estrelada por Paula Capovilla (no papel-título),Daniel Boaventura(como Juan Perón) eFred Silveira (como Che), a superprodução conta com 45 atores e cantores no elenco, orquestra com 20 músicos e 350 figurinos, parte deles inspirado nos trajes que Evita comprava na Maison Dior em Paris. Projeções gigantes dão a real dimensão da fascinante Evita Perón e de sua época.

  • O espetáculo

Evita começa em 1973 quando Tim Rice ouve em seu carro trechos de um programa de rádio sobre Eva Perón. Impressionado pela personalidade retratada, inicia uma grande pesquisa sobre ela e convence o parceiro Andrew Lloyd Webber a embarcar no projeto. Em fevereiro de 1974, Rice conhece a Argentina e os locais por onde Evita passara. Após longa preparação, criam músicas e letras para um espetáculo totalmente cantado, uma verdadeira ópera rock, como se denominava à época. Conscientes da força musical da obra e de que levariam ainda um bom tempo para levá-la ao palco, a dupla produz o álbum duplo com todas as canções. Lançado em novembro de 1976, o disco se transforma em sucesso mundial, ultrapassando na Europa e América do Sul a vendagem de Jesus Cristo Superstar, trabalho anterior de Rice & Webber. A faixa Don’t Cry For Me Argentina (interpretada por Julie Covington) alcança o primeiro lugar nas paradas de dezenas de países, sendo seguida por outro imenso sucesso, Another Suitcase in Another Hall. Finalmente, em junho de 1978, a montagem original de Evita estreou em Londres. Recebeu os principais prêmios do teatro londrino e colocou outro sucesso no hit parade, Oh What a Circus. Em setembro de1979, a produção estreouem Nova York com memoráveis performances de Patty LuPone e Mandy Patinkin, como Evita e Che. Sucesso extraordinário na Broadway, Evita recebeu sete dos principais Prêmios Tony.

Evita é uma das obras do teatro musical mais vistas e admiradas em todo o mundo. Para especialistas no gênero, é o espetáculo que aprimorou à perfeição o estilo e o formato desenvolvidos por Rice & Webber, transformando-se no modelo mais próximo ao ideal para os musicais que foram produzidos a partir daí. No cinema, o musical foi dirigido por Alan Parker em 1996, com Madonna no papel-título e Antonio Banderas como Che, conquistando um imenso público de todas as idades e o Oscar de melhor canção para You Must Love Me, composta especialmente para o filme.

  • Serviço

Local: Teatro Alfa (R. Bento Branco de Andrade Filho, 722 – tel. 5693.4000 e 0300 7893377 www.teatroalfa.com.br)

Até 29 de maio

Dias e Horários: quinta-feira, às 21h; sexta-feira, às 21h30; sábado às 17h e 21h. e domingo, às 16h e 20h.

Preço: de R$ 40 a R$ 185

Como Comprar:

Ingresso Rápido – 4003.1212www.ingressorapido.com.br

Johnny e June

Johnny Cash (Joaquin Phoenix) torna-se um ícone da música, deixando marcas profundas na cultura americana.  O filme viaja por um período musical rico, com nomes como Elvis Presley e Johnny Lee. Além disso, retrata o poder destrutivo da fama na vida de Cash e como o amor pela cantora folk June Carter (Reese Whiterspoon) o ajudou a redesenhar seu futuro.

Diretor: James Mangold

País: EUA

Ano: 2005

Duração: 136 min.

Maria, a Perguntadeira

“Vocês são casados? Vocês têm filhos? Vocês casaram na igreja? Vocês dormem de pijama ou pelados?”, são algumas das perguntas que Maria dispara para um casal que encontra no elevador. A origem da garotinha é búlgara e diversos membros de sua família, os Mladénovi, possuem o particular dom P – o dom de perguntar. Desde o século VI a.C. havia, nos meandros da história, pelo menos um de seus antepassados lançando questionamentos. As perspicazes perguntas incitaram o pensamento de grandes filósofos como Tales de Mileto, Heráclito e Sócrates, garante o escritor Ilan Brenman, autor de Maria, a Perguntadeira.

A obra leva o leitor a um delicioso passeio pela história. Os curiosos Mladénovi atravessaram a Antiguidade, seguiram pela Idade Média, alcançaram o século XX em meio às perseguições aos judeus, na Segunda Guerra Mundial, e enfrentaram, ainda, a ditadura militar no Brasil. Em criativos diálogos, Brenman parte dos questionamentos de crianças e adolescentes através de gerações para trilhar o caminho desta unida família búlgara.

As lembranças da sábia avó de Maria ajudam a compor o imaginário da herdeira do dom P. “Saber perguntar é muito mais difícil do que saber responder”, opina a avó sobre as questões que já causaram muitas alegrias e preocupações para a família. Sentados à mesa de jantar, o pai, a mãe e a avó de Maria relembram essas passagens emocionantes, tudo acompanhado de shópska saláta, taratór, mastíka e muitas outras comidas e bebidas típicas búlgaras. As ilustrações de cada período histórico, assinadas por Allan Rabelo, junto com o vocabulário que mescla o português com palavras de origem búlgara compõem um texto divertido e instigante.

Autor: Ilan Brenman
Ilustrações: Allan Rabelo
Número de páginas: 64
Editora: Edições SM

Passeio virtual

Você gostaria de visitar importantes museus brasileiros sem sair de casa? O site Era Virtual, em parceria com o Ministério da Cultura, permite a visitação virtual de acervos e exposições de museus de Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Entre no site e conheça um pouco mais da história do Brasil pela tela do seu computador.

  • O Museu de Artes e Ofícios MAO (Belo Horizonte – Minas Gerais) – é um espaço cultural que abriga e difunde um acervo representativo do universo do trabalho, das artes e dos ofícios do Brasil. Um lugar de encontro do trabalhador consigo mesmo, com sua história e com o seu tempo. Iniciativa do Instituto Cultural Flávio Gutierrez – ICFG, o MAO preserva objetos, instrumentos e utensílios de trabalho do período pré-industrial brasileiro.

 

  • Museu do Oratório (Ouro Preto – Minas Gerais) – Inaugurado em outubro de 1998, o museu apresenta uma magnífica coleção – única em todo o mundo – de 162 oratórios e 300 imagens dos séculos XVII ao XX. As peças do acervo foram doadas ao IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) pela colecionadora Ângela Gutierrez e são genuinamente brasileiras. Caracterizando-se pela diversidade de tipos, de tamanhos e de materiais, o acervo oferece detalhes valiosos da arquitetura, pintura, vestuário e costumes da época em que foram produzidos, permitindo uma verdadeira viagem pela história do Brasil.

 

  • O Museu Casa Guimarães Rosa MCGR (Belo Horizonte  – Minas Gerais) – sua criação foi idealizada no contexto de dois fatos distintos: o inesperado falecimento de Guimarães Rosa em novembro de 1967 e a criação do IEPHA, que materializava o sonho preservacionista, vigente à época, no âmbito do Estado. Foi inaugurado em 30 de março de 1974, na casa onde nasceu o escritor e passou sua infância em Cordisburgo, cenário de experiências que irão servir da matéria-prima para a sua obra.

 

  • Museu Casa de Cora Coralina (Cidade de Goiás – Goiás) – o discurso poético de Cora Coralina perpassa uma história de vida que está preservada neste Museu – sua casa secular de família, às margens do Rio Vermelho, na cidade de Goiás. A Casa Velha da Ponte mantém acessível sua memória, pois os interiores dessa casa ancestral vêm recebendo pessoas que entram e saem, buscando conhecer Cora Coralina.

 

  • Museu Victor Meirelles (Florianópolis – Santa Catarina) – foi inaugurado em 1952, na casa onde nasceu o artista Victor Meirelles. O sobrado, tombado como patrimônio histórico nacional em 1950, foi construído por volta do final do século XVIII e início do XIX e abrigou o comércio da família Meirelles de Lima. O Museu possui duas coleções em seu acervo. A coleção Victor Meirelles é formada por obras de autoria do artista, de seus professores e alunos, a partir da cessão do Museu Nacional de Belas Artes na época da criação do Museu, bem como de aquisições e doações de instituições e particulares. A Coleção XX e XXI, por sua vez, é composta por trabalhos de artistas modernos e contemporâneos oriundos de doações realizadas ao Museu ao longo dos anos.

 

  • Museu da República (Rio de Janeiro – Rio de Janeiro) – o museu ocupa o antigo Palácio do Catet, que durante 63 anos foi o coração do Poder Executivo no Brasil. Inaugurado em 15 de Novembro de 1960, após a transferência da capital para Brasília. Estrutura-se em três funções básicas: a preservação, a investigação e a comunicação dos testemunhos materiais e não-materiais vinculados à história da república no Brasil.

Site: www.eravirtual.org

 

Tempos Modernos

Tempos Modernos é, sem dúvida, um marco na história do cinema. O último filme mudo de Charles Chaplin é um retrato da vida urbana estadunidense após a crise de 1929, período em que o desemprego e a fome atingiram a sociedade americana. O protagonista da obra é Carlitos, personagem clássico de Chaplin, um jovem operário que sofre um colapso nervoso devido à robotização do seu trabalho. Ele é despedido e, em seguida, internado em um sanatório. Ao retornar à “vida normal”, um mundo em crise, encontra a fábrica fechada. Paralelamente, uma jovem órfã de mãe, com duas irmãs pequenas e o pai desempregado, sobrevivem furtando alimentos. Após a morte do pai, agentes do Governo buscam as irmãs para adoção, porém a jovem foge.

Durante uma manifestação, Carlitos é confundido com um líder comunista e é levado para prisão. Ao ser liberto, depois de viver agradáveis dias na cadeia, tenta voltar para lá de qualquer jeito. Ao ver a jovem que fugiu da adoção, decide se entregar em seu lugar. Porém, seus planos são frustrados por uma mulher que viu o que houve e o denuncia. Uma bela amizade surge entre a jovem e Carlitos, entretanto, ele precisa arrumar um emprego, pois a amizade não os alimenta. O filme é uma sátira da industrialização, o que fica claro nas cenas: máquinas substituindo a mão de obra, facilidades que levam ao crime, escravidão. O amor surge, mas de forma paternal: o de um vagabundo por uma menina órfã.

Direção: Charles Chaplin

País: EUA

Ano: 1936

Duração: 87 min.

 

Comer, Rezar, Amar

Quando completou 30 anos, Elizabeth Gilbert tinha tudo o que uma mulher americana, moderna e ambiciosa gostaria de ter: um marido, uma casa e uma carreira de sucesso. Mesmo assim, ela não se sentia feliz e acabou se divorciando, um processo longo que a deixou depressiva. “Comer, Rezar, Amar” é o relato da autora sobre o ano que passou viajando pela Itália, pela Índia e pela Indonésia em busca de sua recuperação emocional, pessoal e espiritual.

Autor: Elizabeth Gilbert

Páginas: 399

Ano: 2008

Editora: Objetiva

 

Solo

Com audaciosa imaginação e brilhantismo lírico, Rana Dasgupta pinta um retrato do século XX por meio da história de um cego centenário. No primeiro movimento de Solo, conhecemos o búlgaro Ulrich, filho de um engenheiro ferroviário. Ele tem duas grandes paixões: o violino e a química. Rejeitado pelo pai, Ulrich vai à Berlim de Einstein para estudar com Fritz Haver. Porém, quando a fortuna da família evapora, ele tranca o curso e volta a Sófia para cuidar dos pais. Ulrich nunca mais deixa a Bulgária, exceto em seus devaneios – e são estes os sonhos que conhecemos no volátil segundo movimento do livro. Em um salto radical do passado para o presente, da vida vivida para a vida imaginada, Dasgupta segue com a fantasia infantil de Ulrich, nascido do comunismo, mas trilhando seu caminho no mundo pós-comunista marcado pelas celebridades e pela violência. Entrelaçando ciência e desgosto, o velho e o novo mundo, o real e o imaginário, Solo anuncia a voz de um virtuose da literatura.

Autor: Rana Dasgupta

Ano: 2011

Páginas: 352

Editora: Benvirá

 

Lixo Extraordinário

Imagine a sensação de sentir o corpinho gélido de um bebê morto caindo sobre você. Ou então, a necessidade de dividir o seu alimento, e espaço, com ratos e urubus. O que para muitos é impensável, para os catadores de lixo do Jardim Gramacho, maior aterro sanitário da América Latina, localizado na periferia do Rio de Janeiro, é rotina. Filmado entre 2007 e 2008, o documentário Lixo Extraordinário acompanha a trajetória do artista plástico Vik Muniz neste universo, desprezível para alguns e fonte de renda para outros. Lá, ele fotografou os catadores de materiais recicláveis, com o objetivo de retratá-los. Entretanto, a convivência, lhe proporcionou a oportunidade de conhecer histórias –impressionantes, às vezes, chocantes– de pessoas cativantes e cheias de dignidade. Muniz extrai do lixo a sua arte, porém, o documentário é além de uma análise de seu trabalho. Podemos defini-lo, talvez, como uma biografia. Não de Vik, mas dos personagens que, no final, tornaram-se provas tangíveis do poder de transformação da arte. Tião, o presidente da Associação de Catadores; Zumbi, o intelectual do lixão; Suelem, a jovem mãe de 18 anos; Isis, a apaixonada por moda; Irma, a chef do aterro; Valter, o guru da reciclagem; e Magna, que sente vergonha do cheiro que exala, mas tem orgulho do que faz. São estes os verdadeiros responsáveis pelo sucesso de Lixo Extraordinário. Acredito que Vik não dimensionava a repercussão de seu trabalho. Não digo pelas participações cativas do filme em prêmios (entre eles, o Oscar) e festivais, nem pela abertura da novela das 21h da Globo que conquistou, mas sim na vida dessa gente. Esse é o tempero arrebatador da obra: o humanismo.

Direção: Lucy Walker, João Jardim, Karen Harley

País: Brasil, Reino Unido

Ano: 2010

Duração: 90 min.

Ponte para Terabítia


Jess Aarons (Josh Hutcherson) é um menino que se sente deslocado, tanto na escola quanto entre seus familiares. Durante uma corrida, que deveria ser apenas para garotos, Jess foi facilmente é vencido por Leslie Burke (AnnaSophia Robb). Logo, os dois tornam-se grandes amigos e, juntos, constroem um reino secreto (Terabítia), um mundo mágico em que só é possível chegar pendurando-se em uma velha corda, que fica sobre um riacho.  Lá, eles enfrentam criaturas imaginárias e criam histórias metaforicamente relacionadas à vida real, histórias essas que os ajudam a superar as aflições do dia-a-dia.

Direção: Gabor Csupo

País: EUA

Ano: 2007

Duração: 95 min.

 

Vicky Cristina Barcelona

O ritmo saltitante e alegre da música Barcelona, de Giulia & Los Tellarini, logo no início do filme, é análogo à forma em que Woody Allen tratará as questões do amor ao decorrer da obra. Vicky (Rebecca Hall) é centrada e estuda a cultura catalã em seu mestrado; Cristina (Scarlett Johansson) é impulsiva e ainda procura sua vocação; Barcelona, a capital catalã. Vicky, Cristina e Barcelona –trio que intitula a obra–, juntos, formam uma envolvente e divertida história. Vicky e Cristina são amigas e decidem passar as férias de verão na belíssima Barcelona. As duas possuem visões diferentes sobre o amor. Enquanto Vicky é sensata e está noiva, Cristina é intensa e movida à paixão.  Durante uma exposição de arte, elas conhecem o pintor Juan Antonio (Javier Bardem), que as convida para passar um fim de semana na cidade de Oviedo e, quem sabe, fazerem amor. O que elas não imaginam é que o galanteador mantém um conturbado relacionamento com sua ex-esposa, Maria Elena– interpretada pela lindíssima (permita-me adjetivar) Penélope Cruz –bela e louca. Tanto Vicky como Cristina, cada uma de sua maneira, se interessam pelo pintor, formando um quadrado amoroso. Vicky questiona sua visão conservadora sobre o amor e Cristina torna-se um terceiro elemento necessário, e muito bem-vindo, na relação de Juan e Elena.

Direção: Woody Allen

País: Espanha, EUA

Ano: 2008

Duração: 96 min.

Adendo: como sou um fã incondicional da beleza e, claro, do talento da Penélope Cruz, este “poste” (termo originalmente criado pela minha amiga Carol e livremente copiado por mim) presenteia os leitores com uma imagem extra da atriz.

Retalhos: Um Romance Ilustrado


Retalhos é um relato autobiográfico de Craig Thompson, no Meio Oeste americano. Ele retrata sua história, da infância até o início da vida adulta, numa cidadezinha que parece estar sempre coberta pela neve. Seu crescimento é marcado pelo temor a Deus — transmitido por sua família, seu colégio, seu pastor e as trágicas passagens bíblicas que lê —, que se interpõe contra seus desejos, como o de se expressar pelo desenho.

Ao mesmo tempo Thompson descreve a relação com o irmão mais novo, com quem ele dividiu a cama durante toda a infância. Conforme amadurecem, os irmãos se distanciam, episódio narrado com rara sensibilidade pelo autor. Com a adolescência, seus desejos se expandem e acabam tomando forma em Raina — uma garota vivaz, de alma poética e impulsiva, quase o oposto total de Thompson — com quem começa a relação que mudará a visão que ele tem da família, de Deus, do futuro e, enfim, do próprio amor.

Retalhos traz as dores e as paixões dos melhores romances de formação — mas dentro de uma linguagem gráfica própria e extremamente original. A obra conquistou de três prêmios Harvey (melhor artista, melhor graphic novel original e melhor cartunista), dois prêmios Eisner (melhor graphic novel e melhor escritor/artista), e, em 2005, o prêmio da crítica da Associação Francesa de Críticos e Jornalistas de Quadrinhos.

Autor: Craig Thompson

País: EUA

Ano: 2009

Editora: Quadrinhos na Cia.

 

Pequena Miss Sunshine

Um pai fracassado, um filho que fez voto de silêncio, um cunhado professor suicida e um avô que foi expulso da casa de repouso por usar heroína. Tais personagens fazem parte de uma família nada convencional que vive, diariamente, à beira de um ataque de nervos. Todos sobrevivem envolvidos em suas frustrações pessoais e coletivas até que a desajeitada filha caçula Olive (Abigail Breslin) é classificada para participar do concurso “A Pequena Miss Sunshine”, na Califórnia. Todos têm que deixar as diferenças de lado e se unirem para atravessar o país em uma Kombi amarela e enferrujada.

Direção: Jonathan Dayton, Valerie Faris

Ano: 2006

País: EUA

Duração: 101 min

 

O prazer nas telas do cinema

Sabe aquele provérbio, “há três coisas que não voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida”? Então, talvez, ele se encaixe perfeitamente com a escolha da atriz Karen Junqueira. A bela com olhar de fera foi escalada para interpretar Bruna Surfistinha no cinema, porém, desistiu do papel. De acordo com a assessoria da atriz, ela não conseguiria cumprir o roteiro de filmagens com dedicação única e integral. Na época, Junqueira estava no ar em Poder Paralelo, novela da Rede Record. Entretanto, sua personagem, Gigi, quase não aparecia nas telas. Além do folhetim, ela já atuou em outras produções da emissora da Barra Funda, sempre com papéis irrisórios, como um dos seres inacreditáveis de Mutantes e, mais recentemente, uma cortesã no seriado bíblico Sansão e Dalila. A brecha criada pela desistência da atriz foi brilhantemente preenchida pela belíssima Deborah Secco. Sempre a vi como uma atriz coadjuvante da Globo, ideal para as personagens fúteis constantemente presentes na dramaturgia da emissora carioca. Porém, ao assistir sua atuação em Bruna Surfistinha, mudei de opinião. Deborah, sem trocadilhos, se entregou intensamente ao papel e deu vida à personagem de maneira surpreendente e atrativa.

A jovem Raquel abandonou a vida de classe média para se tornar garota de programa, por opção. Paulatinamente, com o pseudônimo de Bruna Susfistinha, cresceu na profissão (sim, profissão. E sem aspas!), ganhando destaque nacional ao expor suas experiências sexuais num blog. A história, a qual sabemos ser real, é um retrato de um mundo reinado pela exploração e, por sobrevivência de quem nele vive, pelas drogas. O sexo é apenas o produto comercializado.

O ponto em comum entre a personagem e aquela que a representa é o prazer. Enquanto Bruna distribui o prazer na cama, Deborah satisfaz os espectadores distribuindo prazer com sua talentosa atuação.

Direção: Marcus Baldini

País: Brasil

Ano: 2011

Duração: 109 min.

Carne Trêmula

O nome pode lembrar o título de um filme pornográfico, porém, Carne Trêmula é mais uma das tantas obras sedutoras do diretor espanhol Pedro Almodóvar. Como em outras de suas películas, a intensidade é a melhor palavra para definir o filme. A história se inicia em janeiro de 1970, em Madri. Victor (Liberto Rabal) nasce dentro de um ônibus, na tentativa frustrada de sua mãe, uma prostituta, de chegar à maternidade. Passam-se 20 anos, e Victor, que está começando sua vida sexual, vai ao encontro de Elena (Francesca Neri), uma desconhecida com quem transou em um banheiro qualquer, há uma semana. Ao ligar para moça, Victor se surpreende com a reação dela, que sequer se lembra dele e pede para não mais procurá-la. Apesar disso, ele não desiste e consegue, por um desatento de Elena, entrar em seu apartamento. Ao vê-lo, ela se irrita e o ameaça com uma arma, reação que resulta numa briga e em um tiro acidental, sem vítimas, mas que atrai a atenção da vizinha, que alerta a polícia. Os policiais David (Javier Bardem) e Sancho (José Sancho) são mandados para o local. Ao perceber a presença dos dois, Victor se apavora e ameça Elena com o revólver. Enquanto David tenta acalmá-lo, Sancho se exalta e faz ameaças. Quando Victor solta Elena e parece que tudo está resovido, Sancho pula em cima do rapaz e começa a brigar. Novamente a arma dispara, mas desta vez, a bala atinge David, que fica paralítico. Victor é condenado há seis anos de prisão, David e Elena se casam e Sancho e Clara (Ángela Molina), sua esposa, continuam sobrevivendo em um casamento infeliz. Anos depois, a vida dos cinco se cruzam, desenhando uma história de paixão, sexo, traição e vingança.

Direção: Pedro Almodóvar

País: Espanha

Ano: 1997

Duração: 147 min.

O último dos casarões

Inaugurada no fim do século XIX, a Avenida Paulista abrigou no início de sua história diversos casarões, pertencentes à elite cafeeira de São Paulo. Com o tempo, as residências foram substituídas por gigantescos prédios, que abrigam sedes de empresas, bancos, consulados, hotéis, hospitais e instituições científicas, culturais e educacionais. Entretanto, o número 37 da avenida acolhe um de seus últimos casarões que, por sua vez, abriga a Casa das Rosas – Espaço Haroldo Campos de Poesia e Literatura. A atmosfera onírica da antiga construção e seu jardim, em contraste com a moderna estrutura urbana, traduz o que a Casa das Rosas representa: um refúgio onde toda a expressão poética encontra seu espaço. Um território onde a liberdade artística se materializa, por meio de saraus, recitais, lançamentos de livros, peças de teatro, exposições e qualquer outro formato que privilegie a difusão da poesia e da arte em geral.
O espaço homenageia o poeta paulistano Haroldo Campos (1929-2003), um incansável pesquisador da literatura brasileira. Projetada pelo arquiteto Ramos de Azevedo, em 1928, a casa mistura métodos construtivos de diferentes épocas, o chamado “estilo eclético”, com influência também da Art Déco. Construída numa área de 5.500 metros quadrados, a casa possui 30 cômodos no estilo arquitetônico francês.

Parceira

Em parceira, o Itaú Cultural e a Casa das Rosas recebem até o dia 10 de abril uma exposição em homenagem a Haroldo Campos. No Itaú Cultural, o público pode conferir a instalação “H LÁXIA”, de Lívio Tragtenberg, que permite a interação dos expectadores por meio da gravação de depoimentos. Além disso, o espaço apresenta edições especiais de livros, fotos, manuscritos, datiloscritos e edições anotadas do poeta. Na Casa das Rosas, a programação conta com a sala “O Â Mago do Ô Mega”, série de cartazes da histórica Exposição Nacional de Arte Concreta realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Destaque também para a sala “Percurso Poético”, com foco no cotidiano do autor. Duas outras realizam também mostras temáticas relacionadas a livros do poeta.

Serviço

Quando: até 10 de abril

Onde: Itaú Cultural – Avenida Paulista, 149 – Paraíso, São Paulo – SP

Casa das Rosas – Avenida Paulista, 37 – Paraíso, São Paulo – SP

Horários: Itaú Cultural – terça a sexta-feira, das 9h às 20h; sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h

Casa Das Rosas – terça a sábado, das 10h às 22h; domingos e feriados, das 10 às 18h.

Grátis

 

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