Archive for agosto, 2011

SP tem exposição sobre ‘propagandas enganosas’ de cigarros

“Propagandas de cigarro – como a indústria do fumo enganou as pessoas”. Este será o tema de uma exposição que o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, ligado à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP, recebe a partir da próxima segunda-feira, 29 de agosto, Dia Nacional de Combate ao Fumo.
A mostra, que reúne propagandas veiculadas nos Estados Unidos entre as décadas de 1920 e 1950, quando não havia controle sobre a publicidade do produto, apresenta campanhas em que médicos, crianças e até o Papai Noel “vendiam” cigarros. O objetivo é explicitar como a indústria do tabaco manipulou informações, utilizando falsas verdades para camuflar o fato de que seus produtos provocam graves problemas de saúde, como enfisema pulmonar e câncer.
Organizada originalmente por médicos da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, a exposição foi aberta em 2007 e exibida em São Francisco, Boston, Nova York, Filadélfia e Nova Orleans. A coleção original faz parte da Smithsonian Institution de Washington.
Para facilitar a visitação das 90 peças expostas no Icesp, a exposição está dividida conforme a temática das propagandas. “Crianças e temas familiares na propaganda de cigarro”, “Ídolos do cinema e do esporte fizeram do cigarro um símbolo de status e saúde” e “Pesquisas pseudocientíficas e profissionais da saúde aprovam o cigarro” são algumas das vertentes abordadas.
A mostra é gratuita, aberta ao público e ficará exposta no hall de entrada do Icesp até o dia 14 de outubro. O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo fica na Av. Dr. Arnaldo, 251 – Cerqueira César – próximo ao metrô Clínicas.

  • Incidência

Dados do Icesp mostram que 60% dos fumantes diagnosticados com câncer não conseguem largar o cigarro, mesmo após descobrirem a doença. Além disso, de todos os atendimentos realizados no Icesp, 35% dos pacientes, ou um em cada três, afirmam ser tabagistas no momento em que ingressam na unidade para realizar o tratamento.
O tabagismo é um sério problema de saúde pública no mundo. O hábito desencadeia diversas doenças cardiovasculares e respiratórias, além de ser um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de diversos tipos de câncer.
“O consumo de produtos derivados do tabaco é responsável por 30% das mortes de pacientes oncológicos. Essa realidade precisa mudar – e as mudanças só acontecem por meio da conscientização, exatamente o que propõe esta exposição”, avalia o diretor geral do Instituto, Paulo Hoff.

O baterista humorista

Foto: Felipe Godoy

“A alegria evita mil males e prolonga a vida.” Se o que diz a frase, do poeta inglês William Shakespeare, for verdade, Willington Luiz da Silva, auxiliar de serviços, viverá vários anos. Conhecido por muitos no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) pela felicidade e criatividade, Willi é um humorista quase profissional. “Sempre fui um pouco palhaço”, afirma. O pernambucano diz que encontra em seus conterrâneos a inspiração para um dos tantos personagens que representa. “Descobri que imitava bem, em frente ao espelho; fazendo o Batoré.” E este é só um dos papéis feitos por ele. Quando encarna o bêbado e o fanho, por exemplo, arranca risadas de qualquer um que estiver por perto. “Até em plena segunda-feira estou sorrindo à toa”, brinca. Além do bom humor, o colaborador tem outro dom: a música. Desde os 16 anos, toca bateria. “Vi a galera tocando na igreja e gostei. É uma paixão”, lembra. Willi é praticamente autodidata, pois aprendeu as técnicas básicas do instrumento sozinho. Há aproximadamente dois anos comprou uma bateria pra treinar em casa. “Fiz aula durante três meses, mas não consegui conciliar com as minhas demais atividades.” Hoje, toca quando pode. Questionado sobre a visibilidade que geralmente o baterista tem numa banda, diz que realmente o destaque é grande, porém gera responsabilidades. “É o cara que, se errar, todo mundo nota”. Sua canção favorita é Seu Perfume, da banda Quatro por Um. Porém, segundo ele, a música mais difícil que já tocou foi Oh Glória, do compositor e cantor gospel Paulo César Baruk. “Ela tem alguns contratempos que precisam de atenção”, explica o baterista, que sempre dá um show de alegria.

Em quatro cordas

Foto: Felipe Godoy

Foi ao som de Chico Buarque, com a música Minha Canção, que a técnica em enfermagem Elaine Cardoso, de 22 anos, se apresentou no palco do Anfiteatro do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). Com movimentos suaves, as cerdas de um arco friccionavam as quatro cordas do violino, dando origem à música que ecoou pelo Instituto durante o Show de Talentos, promovido em comemoração ao Dia da Enfermagem. A relação de Elaine com o instrumento começou na adolescência, aos 16 anos. Na época, arriscou aprender a tocar violão, porém, ficou apenas na tentativa. “Foi uma catástrofe”, lembra, divertindo-se com a própria história. Para apoiar a sobrinha Bruna, de sete anos, entrou junto com ela no Projeto Guri para aprender a tocar violino. Considerado o maior programa sociocultural brasileiro, o Guri oferece, gratuitamente, cursos de iniciação e teoria musical, coral e instrumentos de cordas, madeiras, sopro e percussão. Algum tempo depois, se apaixonou por outro instrumento: o violoncelo. Foi aí que Elaine se encontrou. “Há poucas diferenças entre os dois instrumentos. O que muda, mesmo, é a posição e o som. O violino é muito agudo enquanto o violoncelo é mais grave”, explica. “Porém, os dois juntos criam um som harmonioso.” Harmonia esta vista quando subia ao palco com a sobrinha. “Nos comunicávamos por olhar. O violino fazia a pergun- ta e o violoncelo respondia”, diz. Aos 18 anos, Elaine decidiu sair do projeto para trabalhar e estudar. Uma escolha difícil, que mexeu com ela e com seus companheiros. Foram mais de cinco anos sem tocar os dois instrumentos. Mas a emoção das apresentações foi despertada novamente na apresentação no Icesp. “E com o mesmo frio na barriga”, afirma.

Como esquecer

A professora Júlia (Ana Paula Arósio) luta para reconstruir sua vida após o fim de uma intensa e duradoura relação amorosa. Em meio a uma série de conflitos internos e diante da necessária readaptação para uma nova vida, não disfarça sua dor enquanto narra as emoções que vivencia nesta nova fase. Ao longo do filme, ela se encontra e se relacionando com outras pessoas que também vivem, cada uma do seu modo, a experiência de ter perdido algo muito importante em suas vidas.

Direção: Malu de Martino

País: Brasil (2011)

Sobre duas rodas

Foto: Felipe Godoy

Entre as peraltices de menino no interior do Paraná, Anísio Baldessin jamais imaginou que assumiria, no futuro, um importante papel na vida de diversas pessoas. Mas aos 16 anos, começou a pensar seriamente em entregar a vida ao sacerdócio e aos 18, sentindo-se mais maduro, entrou no Seminário São Camilo, onde teve o seu primeiro contato com a capelania hospitalar – serviço de assistência espiritual.

Em 1987, o seminarista veio para São Paulo, para estudar filosofia e teologia. Aqui, teve a oportunidade de conhecer o trabalho de auxilio religioso oferecido pelo Hospital das Clínicas, como parte do estágio pastoral que precisava cumprir. De início, ia ao hospital uma vez por semana. Gradualmente, a frequência das visitas aumentou e tornou-se quase diária. Já familiarizado e ordenado como padre, em 1992, assumiu a coordenação dos serviços de apoio espiritual do HC.

Desde a fundação do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), o capelão Anísio presta assistência àqueles que circulam pelo Instituto. São mais de três anos oferecendo ombro amigo, afeto e conselhos a profissionais, pacientes e familiares. “A recepção do trabalho é muito legal. Sou respeitado, acolhido. A partir do momento em que se trata a pessoa como pessoa, deixando de lado a religião, você é tratado com muito carinho”, afirma. Em seus momentos de lazer, gosta de ficar juntos com os amigos, jogando um bom papo fora. Como o sobrenome denuncia, é descendente de italiano e palmeirense de coração. De vez em quando, vai ao estádio torcer pelo time. E acredite: o capelão vem para o ICESP de motocicleta. Sobre duas rodas traz, sempre que necessário, palavras de amor para quem precisa.

Palavras de paz

Foto: Felipe Godoy

João Domingos Alves Filho cresceu em meio ao evangelho. De família de protestantes, ia aos cultos com frequencia, mas não tinha o desejo de tornar-se pastor. Naturalmente, entretanto, seus planos mudaram. Aos 13 anos já ministrava encontros em sua igreja. Para dar continuação ao trabalho de propagação da mensagem pregada por Jesus Cristo, decidiu estudar. Formou-se em Teologia, ciência que se ocupa de Deus e de suas relações com o universo e o homem.

Em abril de 1990, um novo desafio surgiu na vida do, então, pastor Domingos: auxiliar no trabalho de auxílio espiritual no complexo do Hospital das Clínicas, serviço oferecido pela instituição desde a sua fundação. “Nunca fui de falar alto. Ao contrário de outros pregadores sempre preferi ouvir”, afirma o, agora, capelão. Nestes 21 anos de capelania, como se denomina este tipo de assistência, Domingos viu, ouviu e vivenciou várias histórias. Sempre reforçou aos pacientes a importância de seguir as orientações clínicas. “Os tratamentos espiritual e médico devem caminhar juntos.”

No Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), o capelão segue com a sua missão de levar conforto àqueles que desejam o amparo espiritual, seja nos leitos, salas de espera ou ambientes administrativos. Além disso, quinzenalmente, celebra cultos abertos. Fora do universo hospitalar, Domingos presta apoio em cemitérios, nos fins de semana. Exercícios delicados, que exigem tato e amor. “Muitos pacientes, após uma conversa, melhoram sua postura diante da doença e ao tratamento”, explica Domingos. “Na realidade, na maioria das vezes, eles só querem alguém que os ouça”, completa.

Memórias de uma Gueixa

Ainda menina, Chiyo (Suzuka Ohgo) foi vendida para uma casa de gueixas. Lá, pas­sou os primeiros anos dedicados às tarefas domésticas e sendo maltrata­da pelos donos da casa e por Hatsu­momo (Gong Li), uma gueixa que in­vejava a beleza da jovem. Ao crescer, torna-se a gueixa Sayuri (Zhang Ziyi) e desfruta de uma vida repleta de ri­queza e privilégios. Realidade muda­da com o início da 2º Guerra Mundial.

Direção: Rob Marshall

País: EUA, Japão, China (2005)

Passos do coração

Foto: Felipe Godoy

Os movimentos serpenteados aliados à música atraem a atenção. De origem nebulosa, a dança do ventre é tradicionalmente praticada em países do Oriente Médio e da Ásia Meridional. Com as invasões árabes à Europa Medieval, conquistou fãs em todo o planeta. Carolina Vieira Pastana, enfermeira, também faz parte do clube dos apaixonados pela dança. Por volta dos 15 anos decidiu entrar em uma escola de dança em Marília, cidade onde morava. O gosto pelo estilo, juntamente com o sucesso da novela O Clone – que tinha como temática o universo árabe, incluindo a dança do ventre –, a incentivou estudar.

As aulas começavam com os alongamentos. Em seguida, a professora passava os passos novos, que eram copiados e treinados pelas alunas. No fim, tinham a liberdade para criar novos movimentos. Todo final de ano, o grupo se apresentava no Teatro Municipal da cidade. Eram vários meses de ensaios árduos, recompensados com os aplausos da plateia. Carolina participou de três apresentações dessas, mas depois disso ficou sete anos sem dançar. Quando abriram as inscrições para o Show de Talentos, evento organizado pela Equipe de Enfermagem do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), hesitou. Receosa, mas com o incentivo dos companheiros de trabalho, aceitou o desafio e dançou no evento do Instituto. O nervosismo lembrou as apresentações da adolescência, com uma diferença: estava sozinha no palco. Mas, assim como no passado, as palmas deixaram a colaboradora tranquila. O sorriso de menina deu lugar à sensualidade que a dança exige. “É relaxante. No começo sentia que precisava seguir regras, mas com o tempo, aprendi seguir a batida da música e criar”, diverte-se.

São Paulo lança plano de combate ao álcool na infância e adolescência

O governo do Estado de São Paulo lançou um programa exclusivo para combater o consumo de álcool na infância e adolescência. O projeto, que conta com o apoio do Ministério Público de São Paulo e representantes dos bares, supermercados e restaurantes, envolve também diversas secretariais estaduais, como Saúde, Educação, Segurança Pública, Justiça e Comunicação, além de órgãos como o Procon-SP e a Vigilância Sanitária Estadual.

Segundo o projeto apresentado pelo governador Geraldo Alckmin, serão desenvolvidas ações para tratamento, educação e fiscalização do consumo indevido por álcool por adolescentes nos estabelecimentos comerciais do Estado. Haverá também a abertura de clínicas de tratamento, com mais leitos para dependentes e ações específicas nas escolas, além de intensificação das blitze da polícia para flagrar e punir motoristas alcoolizados.

A proposta foi discutida ao longo dos últimos seis meses por representantes da sociedade civil, agentes do governo e especialistas em dependência causada por álcool e suas consequências. Levantamento feito pela Secretaria da Saúde aponta que uma pessoa é internada no Estado por problemas decorrentes do uso do álcool a cada 20 minutos. Os motivos vão desde intoxicação por abuso pontual até cirrose alcoólica, problemas cardíacos e câncer. A OMS (Organização Mundial de Saúde) estima que 4% das mortes ocorridas no mundo (cerca de 2,5 milhões de pessoas) são ocasionadas pela bebida, sem contar crimes passionais e acidentes de trânsito potencializados por ela.

Os jovens, principal alvo deste programa estadual, merecem atenção especial. O Cratod (Centro de Referência em Tratamento de Álcool, Tabaco e Outras Drogas) detectou que 80% dos pacientes diagnosticados alcoólatras deram o primeiro gole antes dos 18 anos, parte deles muito jovens, com 11 ou 12 anos.

Pesquisa do Instituto Ibope, feita a pedido do governo do estado, apontou que 18% dos adolescentes entre 12 e 17 anos bebem regularmente, e que quatro entre dez menores compram livremente bebidas alcoólicas no comércio. Segundo a pesquisa, o consumo de álcool acontece, em média, aos 13 anos.

Um projeto de lei, encaminhado à Assembléia Legislativa pelo governador nesta segunda-feira, prevê aplicação de multas de até R$ 87,2 mil, além de interdição por 30 dias, ou até mesmo a perda da inscrição no cadastro de contribuintes do ICMS, de estabelecimentos que vendam, ofereçam, entreguem ou permitam o consumo, em suas dependências, de bebida com qualquer teor alcoólico entre menores de 18 anos de idade em todo o Estado.

Atualmente, o comerciante só pode vender bebidas alcoólicas a maiores de 18 anos. No entanto, se essa pessoa repassa o álcool ao adolescente ou criança no estabelecimento, ele não tem qualquer responsabilidade. A nova legislação muda esse ponto e obriga o comerciante a pedir documento de identificação para realizar a venda ou deixar que o produto seja consumido no local. Essas medidas têm como objetivo evitar que adolescentes tenham acesso a bebidas alcoólicas, que podem causar dependência, doenças, problemas familiares, violência, acidentes e mortes.

O projeto de lei paulista determina sanções administrativas, além das punições civis e penais já previstas pela legislação brasileira, a quem vende bebidas alcoólicas a menores de idade.

Os fornecedores de produtos ou serviços no Estado deverão afixar avisos de proibição de venda, oferecimento e permissão de consumo de bebidas alcoólicas a menores de idade, com indicação da nova lei, orientar os funcionários para que informem permanentemente aos consumidores sobre a restrição e exigir documento oficial com foto para comprovar a maioridade do interessado em consumir bebida alcoólica. Os estabelecimentos poderão abster-se de vender ou fornecer bebidas alcoólicas a quem se recuse a apresentar documento de identificação.

Além disso, caberá aos responsáveis pelos estabelecimentos demonstrar, sempre que abordado por agentes fiscalizadores, que a venda ou o consumo de bebidas alcoólicas no local não fere a nova legislação, especialmente em relação à idade dos consumidores que no momento da fiscalização estejam fazendo uso desses produtos. Caso o estabelecimento se recuse a comprovar a maioridade das pessoas que estejam consumindo bebida alcoólica, estará sujeito a multa e interdição. Todos os estabelecimentos que operam como autoserviço, como supermercados, padarias e lojas de conveniência, entre outros, deverão expor as bebidas alcoólicas em espaço separado dos demais produtos, com a devida sinalização sobre a lei.

  • Penalidades

O descumprimento da nova legislação sujeitará os infratores a multa de no mínimo 100 e no máximo 5.000 Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (Ufesp) para cada infração cometida, além de interdição do estabelecimento por até 30 dias. Atualmente uma Ufesp equivale a R$ 17,45. O valor da multa, que dobrará em caso de reincidência, será estipulado conforme o faturamento do estabelecimento e a natureza da infração, que poderá ser classificada como leve, média ou grave.

Estabelecimentos que descumprirem a obrigatoriedade de afixação de avisos sobre a nova lei ou não os afixarem em número suficiente, infração considerada leve, poderão ser multados em 100, 500 ou 1.500 Ufesp, conforme sua receita bruta anual. Já a não separação das bebidas alcoólicas dos demais produtos em local específico, infração média, irá gerar multas de 150, 750 ou 1.500 unidades fiscais.

A infração mais grave, que é a venda, oferecimento ou permissão de consumo de álcool por menores no interior do estabelecimento, ou ainda a não comprovação por parte do estabelecimento de que as pessoas consumindo bebidas alcoólicas no local são maiores de idade, será punida com multa de 200, 1.000 ou 2.500 Ufesp e interdição por até 30 dias.

Se o estabelecimento descumprir a interdição ou insistir em continuar vendendo, oferecendo ou permitindo o consumo de bebidas alcoólicas entre menores de idade, poderá, após nova fiscalização, perder o registro de sua inscrição junto ao cadastro de contribuintes do ICMS.

Depois de aprovada e sancionada, a lei será regulamentada para definição da forma de fiscalização, instâncias fiscalizadoras e tamanho dos avisos a serem afixados nos estabelecimentos, entre outros itens. O início da aplicação das penalidades previstas na nova lei será precedido de ampla campanha educativa, realizada pelo governo do Estado, nos meios de comunicação para esclarecimento sobre os deveres, proibições e sanções.
“É uma lei extremamente importante, que tem caráter de saúde pública, protegendo crianças e adolescentes da ingestão precoce de bebidas alcoólicas. Não se deve permitir que jovens tenham acesso a substâncias psicoativas que viciam e podem causar sérios danos à saúde, além de problemas de convívio social e familiar”, afirma o governador Geraldo Alckmin.

“Parte das pessoas que começam a beber na infância e na juventude torna-se, mais tarde, abusadora dessas substâncias, ingerindo regularmente quantidade diária de álcool acima da considerada tolerável pela Organização Mundial de Saúde. Daí para a dependência química é um pulo. E é isso, exatamente, que pretendemos evitar”, diz Giovanni Guido Cerri, secretário de Estado da Saúde de São Paulo.

Pioneiro no SUS, grávidas contam com ambulatório especial para tratamento de câncer

O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira, ligado à Secretaria da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP, oferece um tratamento especial para as gestantes com câncer. Apesar de ser raro, a doença também se manifesta nesse grupo, principalmente nas mamas. Para que essas pacientes recebam o cuidado necessário diante desses casos, o Icesp criou o Ambulatório Clínico de Câncer de Mama na Gestação. A unidade, que funciona no próprio Instituto, recebe, em média, uma paciente por mês, número alto se considerarmos a raridade do problema.

Uma das principais causas para o desenvolvimento da doença nesse período é a gravidez tardia. A maior parte dos atendimentos do ambulatório são em pacientes na faixa dos 35 anos. Além disso, os fatores genéticos, obesidade e tabagismo, entre outros aceleram o surgimento da doença nessa fase.

Para tratar essas gestantes, a unidade oferece um acompanhamento minucioso, com exames rotineiros e um atendimento especial para as mulheres. Para que o bebê não tenha nenhum tipo de seqüela, o tratamento também é diferenciado. A quimioterapia, utilizada para tratar os tumores, só pode ser aplicada após a 12º semana de gestação e deve ser interrompida cerca de três semanas antes da data prevista do parto. Nesse período, o acompanhamento deve ser intenso, tanto para a saúde da mãe e do bebê quanto para o controle do tumor.

Alguns tipos de procedimentos, comuns em pacientes com câncer, são contra-indicados em grávidas. A radioterapia, por exemplo, é evitada devido a disseminação da radiação, que pode causar danos ao feto, assim como o tratamento hormonal, que é utilizado em 70% dos casos de tumor mamário. Logo após o nascimento do bebê, estes tratamentos podem ser aplicados. O único efeito resultante deste processo será a cessação da amamentação.

“É possível ter uma gestação saudável mesmo com o câncer, porém uma série de cuidados devem estar presentes durante toda a gravidez. O mais importante é que as mulheres se atentem aos fatores de riscos para o câncer de mama. Só assim é possível evitar problemas futuros com a mãe e com o bebê”, explica o responsável pelo Ambulatório Clínico de Câncer de Mama na Gestação do Icesp, Max Mano.