Foto: morguefile.com
Por Marília Lino e Silvia Gonçalves*
Um novo ambiente comunicacional multimidiático está alterando um padrão que durante muito tempo conduziu a comunicação de massa. O desenvolvimento da tecnologia de transmissão digital de dados via rede de computadores, internet, opera uma mudança na comunicação vigente: além de ter acesso a um número maior de informações, de modo veloz e diversificado, o leitor passa a produzir e disponibilizar suas próprias informações na rede.
As mídias tradicionais já perceberam que estão diante de um novo quadro e que é preciso investir em novas tecnologias para acompanhar o ritmo das mudanças. Em consequência, hoje, as mais importantes companhias jornalísticas no mundo possuem sites com as versões digitais de seus principais produtos editoriais. A convergência de jornais e revistas inaugura um novo gênero de comunicação, que reúne características de todas as outras mídias e que tem como suporte a internet.
O jornalismo digital representa uma revolução no modelo de produção e repartição das notícias. Com ele há uma adoção de tecnologias móveis na produção jornalística, o que gera uma capacidade maior de processamento das informações via processo de digitalização, transformando gravadores, câmeras e celulares em plataformas de criação, edição e publicação imediata da notícia. Além disso, nestas publicações, o leitor tem acesso a bancos de dados, arquivos eletrônicos – como edições passadas -, fóruns de discussão, sistema de bate-papo em tempo real, notícias atualizadas a todo o momento e um leque de outros serviços, só possíveis no suporte digital. A convergência torna dispositivos móveis em aparelhos híbridos que oferecem as mais diversificadas operações ao repórter móvel. Ou seja, neste contexto, o profissional se caracteriza por ser camaleão, navegando em diversos suportes.
Pesquisadores acreditam que a convergência passa pela estratégia das empresas jornalísticas de aproveitar a produção do repórter e distribui-la em multi-plataformas. A atração é tão grande que a cada dia é maior o interesse de grupos editoriais pela mídia online, e não é difícil entender o porquê, já que este novo meio envolve milhares de consumidores na procura de informação e entretenimento. É importante citar também o baixo custo na criação de um site na Web, um fator determinante para o crescimento do setor de editoração online.
As rotinas produtivas das redações online provocam alterações no deadline – tempo final de entrega da reportagem pelo jornalista –, que passa a ser um processo contínuo, tornando o jornalismo móvel estruturado sob a base da conexão do repórter em campo. Neste sentido, há um indicativo do comprometimento da qualidade da notícia com este imediatismo. O “novo jornalism” está baseado na instantaneidade e , por isso, é preciso existir uma preocupação com a qualidade da informação repassada ao público.
Na era digital, nós, jornalistas, precisamos mudar nossas práticas e nos adaptarmos. Temos que ser fotógrafos, gravar áudios e imagens ou narrar ao vivo, tornando-nos verdadeiros profissionais CAMALEÕES.
* Estudantes de jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul