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“De samba pra gente sambar”.

Foi na Grécia, em meados dos anos 600 a 520 a.C., que surgiu o carnaval. A festa, que no início era uma celebração de agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela colheita, ao longo do tempo, recebeu influências de diversas culturas, até chegar ao modelo conhecido hoje, no Brasil. Sejam nos blocos de rua, tradicionais no norte e interior do País, ou nos desfiles das Escolas de Samba, no Rio de Janeiro e em São Paulo, a festa aflora sensações únicas em quem participa. Para Andressa Rocha, assistente social, é assim: o carnaval é pura emoção.

“Gosto muito do carnaval!”. A expressão é simples, mas a intensidade em que é enunciada é notável e cativante. O samba sempre esteve presente na vida de Andressa. Seus pais desfilavam na Rosas de Ouro e seu irmão é integrante da bateria dos Acadêmicos do Tucuruvi. Como não podia deixar de ser, naturalmente, a paixão pela dança surgiu. Desde 1995, não perde um desfile das escolas de samba paulistas. E não é do sofá de casa que ela assiste. Todo ano a assistente social é presença certa no sambódromo do Anhembi. “Só um ano eu viajei para praia e, para piorar, a tevê quebrou. Nem deu para assistir”, lamenta.

Corintiana roxa, considera a Gaviões da Fiel a escola do coração. Mas como o amor pelo samba é maior do que pelo time, não tem preconceito e visita a quadra de outras comunidades. Neste ano, pela primeira vez, desfilou no grupo especial de São Paulo, pela Gaviões. O tema do samba enredo foi a cidade de Dubai. A ligação de Andressa com o samba é tão intensa que ela chora do começo ao fim do desfile, independente da escola. “A energia do carnaval é única, inesquecível.”

Notas que correm nas veias


Frequentemente, por volta das 13h, quem cruza a recepção principal do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), no térreo, pode ouvir o som do piano ecoar. A responsável por isto é Clarinquetis Vieira, técnica de enfermagem, que sempre dedica à musica uma parte de seu horário de almoço. A pianista, entretanto, não é pianista. Não se assuste com o paradoxo, isso acontece porque o piano é apenas um dos instrumentos tocados por ela. Na realidade, Clarinquetis é organista, ou seja, toca órgão, além de teclado e violão – e do sonho em aprender a manejar o violino. O órgão é um instrumento muito parecido com o piano e com o teclado, mas o som é produzido pela passagem do vento (ar comprimido) por tubos de metal e madeira.

A paixão pela música motivou a jovem de olhos verdes a estudar o instrumento, aos 12 anos, junto com a irmã. “O professor ficou admirado com a agilidade com que eu aprendia”, afirma. E era de se admirar: ela dedicava de quatro a cinco horas do seu dia estudando. Isso sem deixar de lado as atividades domésticas e o colégio. Mas confessa que não foi fácil: “no começo, é como não saber ler nem escrever”, compara.

Assim que terminou o curso, participou de um teste para tocar na igreja. Resultado: passou e começou a tocar no grupo de jovens, aos 14 anos. Hoje, Clarinquetis pode tocar em cultos oficiais em qualquer templo de sua igreja no planeta. A jovem não é a única na família que possui o dom da música. Um dos seus irmãos toca violoncelo, outro, trombone, e o pai, clarinete. Uma orquestra familiar, que pode ser vista se apresentando na igreja para mais de 500 pessoas. O repertório é formado por músicas do hinário. “Às vezes, quando estou tocando aqui, outros evangélicos se aproximam e até pedem para tocar algum hino. É muito gratificante para mim”, ressalta.

SP ganha ultrassom superpotente que destrói câncer

Paulo Cesar Alexandrowitsch/SES

O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), ligado à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP, irá disponibilizar aos pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) um equipamento ultrapotente que destrói tumores. Trata-se do High Intense Focus Ultrassound (Hifu), uma tecnologia inovadora resultante da fusão do ultrassom de alta intensidade com a ressonância magnética.

Pioneiro na América do Sul, o novo procedimento será utilizado, inicialmente, para tratar miomas e metástases ósseas, mas a ideia é ampliar seu uso para outras áreas da oncologia. O investimento para aquisição do equipamento foi de R$ 1,5 milhão.

O aparelho permitirá investigar novas terapias que, aliando o ultrassom à ressonância magnética, viabilizarão o tratamento de tumores sem a necessidade da realização de cortes e cirurgia ou de internação. Por não ser invasivo, o método, que dura aproximadamente duas horas, permite que o paciente realize o procedimento consciente, permanecendo acordado e podendo voltar para casa no mesmo dia.

O Hifu concentra até 1.000 feixes de energia ultrassônica com extrema precisão em um tumor no interior do corpo. Cada feixe passa através do corpo sem causar lesão, mas, quando convergem para o ponto selecionado, elevam a temperatura  nesse local. A ressonância magnética serve para localizar e direcionar  essa energia precisamente no tumor, de forma interativa e em tempo real,  fornecendo imediata confirmação da eficácia da terapia.

Além disso, estão sendo desenvolvidos no Icesp tratamentos que possibilitam a liberação de drogas quimioterápicas, em que nanopartículas com elevadas concentrações de medicamentos (o que pode ser altamente tóxico ao organismo, inviabilizando sua aplicação intravenosa), são injetadas e liberadas apenas no tumor, a partir do calor produzido pelo aparelho.

Os pacientes que se beneficiarão da novidade integrarão os protocolos de pesquisa clínica do Icesp. Além de esta ser uma novidade na área oncológica, a aquisição do equipamento estabelece inúmeras possibilidades e caminhos no ambiente de pesquisa. Isto representa um grande avanço não apenas para os pacientes do SUS, como também para a instituição, que se reafirma como referência na área de investigação e tratamento do câncer. Ganha, também, o país, que passa a ser reconhecido por sua produção científica e desenvolvimento de novos protocolos e tratamentos.

“Trata-se da democratização de um grande avanço científico, agora disponível aos pacientes do SUS, além de uma excelente oportunidade para avançarmos significativamente no desenvolvimento de terapias minimamente invasivas na oncologia”, afirma o secretário de Estado da Saúde, Giovanni Guido Cerri.

  •  Centro de Intervenção Minimamente Invasiva

O Hifu integra o Centro de Intervenção Minimamente Invasiva do Icesp, que realiza diversos tipos de procedimento, entre biópsias percutâneas, paracenteses, pleurocenteses, drenagens de coleções abdominais, pélvicas e torácicas, bloqueios nervosos, neurólises de plexos (controle de dor) e tratamentos ablativos de tumores.

As técnicas, funcionam como cirurgias que podem dispensar o uso de salas cirúrgicas. Além disso, na maioria das vezes, este tipo de tratamento não requer internações prolongadas ou anestesias profundas, o que permite ao paciente retomar suas atividades rotineiras em poucos dias e reduz a dor relacionada ao tumor, ampliando a qualidade de vida.

Instituto do Câncer ganha ‘centro de estética’ para pacientes

Paciente após sessão de beleza no Icesp

O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), ligado à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), ganha a partir desta segunda-feira, 11 de abril, um serviço gratuito de beleza e estética para pacientes em tratamento na unidade.

Desenvolvido pelo Serviço de Hotelaria e Hospitalidade do Icesp, o projeto irá oferecer aos pacientes com câncer da unidade corte de cabelo, manicure, barbearia, técnicas de maquiagem e dicas para amarrar lenços na cabeça, entre outros. Serão oferecidos cerca de 200 atendimentos por mês.

Os atendimentos serão realizados por dois profissionais todas às segundas, terças e sextas-feiras, durante três horas por dia. Para aqueles que passam pela quimioterapia ambulatorial, o foco são minicursos de automaquiagem e dicas de como utilizar lenços na cabeça.

Quem está internado em leitos comuns ou nas UTIs poderá solicitar corte de cabelo, manicure, higienização da pele, hidratação das mãos ou para ser barbeado, além de minicursos de maquiagem. Neste caso, o atendimento será agendado previamente e realizado no próprio leito.

Segundo a gerente do setor, Vânia Pereira, ações como essa ajudam na autoestima do paciente, além de amenizar o processo do tratamento. “Tanto para os internados quanto para quem está em atendimento ambulatorial, receber uma atenção desse tipo é fundamental para que o dia-a-dia e as vindas ao hospital sejam amenizadas”, avalia.

 

A viagem do elefante

“Por muito incongruente que possa parecer…”, assim começa o novo romance – ou conto, como ele prefere chamá-lo – de José Saramago, sobre a insólita viagem de um elefante chamado Salomão, que no século XVI cruzou metade da Europa, de Lisboa a Viena, por extravagâncias de um rei e um arquiduque. O episódio é verdadeiro. Dom João III, rei de Portugal e Algarves, casado com dona Catarina d’Áustria, resolveu numa bela noite de 1551 oferecer ao arquiduque austríaco Maximiliano II, genro do imperador Carlos Quinto, nada menos que um elefante. O animal viera de Goa junto com seu tratador, algum tempo antes. De início, o exotismo de um paquiderme de três metros de altura e pesando quatro toneladas, bebendo diariamente duzentos litros de água e outros tantos quilos de forragem, deslumbrara os portugueses, mas agora Salomão não passava de um elefante fedorento e sujo, mantido num cercado nos arredores de Lisboa. Até que surge a ideia mirabolante de presenteá-lo ao arquiduque, então regente da Espanha e morando no palácio do sogro em Valladolid.
Esse fato histórico é o ponto de partida para José Saramago criar, com sua prodigiosa imaginação, uma ficção em que se encontram pelos caminhos da Europa personagens reais de sangue azul, chefes de exército que quase chegam às vias de fato, padres que querem exorcizar Salomão ou lhe pedir um milagre. Depois de percorrer Portugal, Espanha e Itália, a caravana chega aos estreitos desfiladeiros dos Alpes, que Salomão enfrenta impávido.
A Viagem do Elefante, primeiro livro de José Saramago depois do relato autobiográfico Pequenas Memórias (2006), é uma idéia que ele elaborava há mais de dez anos, desde que, numa viagem a Salzburgo, na Áustria, entrou por acaso num restaurante chamado O Elefante. Com sua finíssima ironia e muito humor, sua prosa que destila poesia, Saramago reconstrói essa epopeia de fundo histórico e dela se vale para fazer considerações sobre a natureza humana e, também, elefantina. Impelido a cruzar meia Europa por conta dos caprichos de um rei e de um arquiduque, Salomão não decepcionou as cabeças coroadas. Prova de que, remata o autor, sempre se chega aonde se tem de chegar.

Autor: Jose Saramago

Ano: 2008

Páginas: 264

Editora: Companhia das Letras

Sobre trilhos

Me considero um apaixonado por trens. Talvez isso se deve ao fato de sempre ter morado ao lado dos trilhos que ligam o Alto Tietê e bairros da zona leste (São Miguel, Itaim, Ermelino…) ao centro da desvairada capital de São Paulo. Lembro da minha empolgação na infância quando precisávamos ir à “cidade” – assim, até parece que moro no interior, mas é o hábito – para resolver alguma coisa ou fazer compras, principalmente as de fim de ano, no Brás. Não sei o motivo, mas me sentia extasiado em poder, digamos, “viajar” naquela máquina movida à eletricidade. Nada melhor do que observar o movimento disforme, resultado da velocidade,  da paisagem dos bairros distantes de São Paulo. A antiga Linha F sempre foi conhecida por todos. Não por ser exemplo, claro, mas pela superlotação, consumo de drogas, arrastões, comércio ambulante ilegal, buracos no chão dos vagões… A apreensão sempre foi companheira fiel dos usuários durante o percurso. Entretanto, eu era apenas criança, que não enxergava, e nem podia, as mazelas do transporte metropolitano. O que importava para mim era o vento batendo no meu rosto e a vista enquadrada pela moldura das janelas. Anseio de todo pivete! Talvez, essa paixão ferroviária também seja efeito das guloseimas que meu pai trazia ao voltar do trabalho – todas comercializadas sobre trilhos.

Na universidade, esse amor pelos trens intensificou-se. Tudo graças a Paranapiacaba, a vila inglesa de São Paulo – apelido romântico que uso quando me refiro ao lugar. Durante um passeio com os colegas de classe (na realidade, amigos. Não sei o por quê que tenho essa obstinação em diferenciar os dois termos), para cumprir o horário de atividades complementares. Foi amor à primeira vista. E que vista! Da parte alta da vila, você aprecia a contradição da parte inglesa, detalhadamente planejada, com a portuguesa, o oposto – digo isso sem preconceito aos nossos colonizadores, é uma constatação. Só de imaginar que a vila se desenvolveu às margem dos trilhos, me emociono. O antigo casarão do engenheiro-chefe da São Paulo Railway, as carcaças dos trens que um dia percorreram as irregulares curvas da serra do mar,  o Museu Funicular e o característico nevoeiro, que me remete a capítulos de um livro de suspense inglês. Paranapiacaba é um lugar singular.

Ainda têm as antigas estações tombadas como patrimônio artístico nacional pelos órgãos competentes. Se há algo que me atrai são essas construções antigas, como a estação da Luz e Julio Prestes, além das igrejinhas e capelas católicas – assunto para um outro post. Tudo isso colaborou, e muito, na minha paixão pela ferrovia.

Se existe um período do meu dia em que reservo só para mim, é quando estou no trem. Nele encontro meus minutos de paz, reflexão, leitura, estudo e dedico tempo para ouvir uma boa música. Há lugar melhor do que no trem para ler um bom livro? Claro que isso depende da capacidade de concentração de cada um, mas para mim não há. Quando não tem um indivíduo desrespeitoso que liga o mp3, ipod ou radinho de pilha na última altura, lógico! Enfim, observo pela janela os transeuntes levando consigo suas frustrações, sonhos, desejos… Não muito diferentes dos que estão no vagão, sentados, tanto nos bancos quanto no chão proibido, ou em pé apoiados nas paralelas barras de ferro. Pessoas que gastam grande parte do seu ânimo diário no percurso casa-trabalho-trabalho-casa.

Queria que essa visão romântica dos trilhos de São Paulo, e por que não dizer do Brasil, fosse dominante. Ao poucos, os trilhos que me alegram, estão tornando motivo de tristeza. Muito mudou! Trens novos, estações reformadas. Porém, a alma da ferrovia está, ao poucos, tornando-se cinzas. O sistema nos transformou em uma manada, guiada por uma voz robótica, que pouco diz. Uma espécie de berrante reproduzido por alto-falantes. Na última semana, fiquei cerca de uma hora aguardando a chegada do trem à plataforma. Nenhuma informação! Apenas “soavam” que “os trens estão circulando com velocidade reduzida”. A resposta só veio depois, quando pude observar alguns “bois” andando pela linha, oriundos de uma composição que provavelmente quebrou uma de suas cercas ou arrebentou um arame. O descaso aos trilhos, que em um passado recente ajudou a titular São Paulo como a terra das oportunidades, é lastimável. Muito é investido em tecnologia, porém pouco é gasto com os usuários. Talvez pela minha formação, credito à mal comunicação boa parte dos problemas que os trilhos têm vivido. Os usuários dificilmente são informados da verdadeira razão dos problemas. A gradativa robotização da comunicação nos trens está arruinando a antiga relação condutor-passageiro. Sinto falta de ouvir os sotaques, os erros de português e a entonação dos condutores. Modernização e avanços  tecnológicos não podem substituir o principal: o respeito e diálogo com os usuários.

Vamos construir…

Na hora de construir ou reformar uma casa, poucos se preocupam com os impactos causados pelas obras. Segundo dados da Sociedade de Pesquisa sobre Materiais Industriais Renováveis, a edificação de 1,7 milhões de casas em estruturas tradicionais – de madeira, aço e concreto – consome a mesma quantidade de energia que o aquecimento e refrigeração de 10 milhões de casas por ano. Por isso, na hora de construir, devemos nos atentar a diversos fatores, como tratar os resíduos, evitar o desperdício de materiais, selecionar com cuidado os fornecedores, verificar a origem dos produtos comprados e descartar adequadamente o entulho gerado. Outra dica é o uso de ecoprodutos, que podem substituir eventuais artigos que causam impactos ao meio ambiente. Entre os exemplos, podemos indicar tijolos ecológicos, produzidos em cimento prensado sem queima, placas e telhas ecologicamente corretos e 100% recicláveis e madeiras de demolição ou com certificação de origem. É importante acentuar que sustentabilidade deve ser a palavra de ordem em todo o processo de construção, não apenas na compra de materiais isolados.

Atualmente, existem diversas opções de materiais naturais que substituem, sem transtornos, os industrializados. Pode soar estranho, porém substituir os tijolos tradicionais por pedras pode ser uma boa opção na hora de construir. Paredes de pedras são trabalhosas de se fazer, porém, apresentam uma eficiente massa térmica, que absorve a temperatura externa, conservando-a no interior da residência, além de serem muito duráveis. Outros materiais que podem substituir os blocos são palha, bambu, tocos de madeira, terra socada, adobe – mistura de argila, areia, água e, às vezes, palha –, entre outros.

Na hora do acabamento, reaproveitar deve ser a diretriz. Se for possível, instale um sistema de energia solar, que permite que você economize na conta de energia elétrica, utilizando uma fonte renovável. Apesar da instalação desse tipo de sistema ainda ser relativamente cara, é um investimento que renderá tanto para você quanto para o planeta. Outra forma de reaproveitamento da luminosidade do sol são as claraboias. Com elas, é possível economizar energia aproveitando a claridade do dia. Banheiros, corredores e lavanderias são espaços ideais para este tipo de abertura.

O reaproveitamento da água também precisa estar entre as preocupações na hora de construir. Utilizar a água da chuva é uma excelente opção. A criação de um sistema para captação, filtragem e armazenamento de água não é algo caro e nem difícil de fazer. Apesar de não ser adequada para beber, cozinhar e tomar banho, a água da chuva pode ser usada na limpeza da residência, lavagem de calçadas, carros e roupas e até para regar canteiros e jardins.

Na hora de calcular os custos de uma obra, calcule também os impactos que ela pode causar. Assim, você economiza o seu dinheiro e minimiza suas marcas no planeta.

 

Campinas: a metrópole do interior

Fotos: Rubens Chir – Governo do Estado

Após as festividades de fim de ano, a maioria das pessoas só quer sossego.  Muitos procuram como destino pós-festas cidadezinhas interioranas para relaxar. Mas há também aqueles que não aguentam ficar longe da vida agitada das metrópoles. Caso você queira aliar as duas opções, uma excelente dica é a cidade de Campinas. Localizada a 96 quilômetros da Capital, em Campinas você pode curtir a tranquilidade e a natureza no Bosque dos Jequitibás, um passeio de Maria Fumaça e contar com toda a infraestrutura das grandes cidades, com aeroporto internacional, shoppings, hotéis e universidades. A cidade também é famosa no cenário cultural por ser a terra natal de Carlos Gomes, autor da ópera O Guarani, baseada no romance homônimo de José de Alencar. Para homenagear o filho famoso, Campinas conta com um museu, que possui objetos pessoais, peças diversas, o piano e instrumentos do compositor.

  • Pertinho da natureza

Entre as opções de lazer oferecidas pela cidade estão os passeios pelos parques. O principal é o Portugal, que conta com atrações como a lagoa Taquaral, o planetário, o Museu Dinâmico de Ciências, quadras esportivas, pista de cooper, kartódromo e passeio de bonde. O parque também abriga a Concha Acústica – Auditório Beethoven, com capacidade para 2000 pessoas, o relógio solar, o Centro de Vivência dos Idosos, a Esplanada das Bandeiras e o Ginásio de Esportes Jordano Ribeiro.

Outra dica é o Bosque Jequitibás que preserva mata natural em meio ao perímetro urbano de Campinas. O turista encontrará um mini-zoológico, o Museu de História Natural e o aquário. O museu desenvolve programas de educação ambiental que difundem informações e promovem a conscientização para preservação da fauna e flora. A atração é bastante procurada e recebe cerca de 100 mil visitantes por ano.

Uma visita pelo Parque Ecológico, localizado em uma área de 110 hectares da antiga Fazenda Mato Dentro, não pode deixar de fazer parte do seu roteiro. Ali, você pode visitar o Museu Histórico Ambiental, relaxar nas áreas para piquenique, se exercitar nas quadras poliesportivas, pista de cooper e trilhas para passeios e caminhadas.

  • No túnel do tempo

Um passeio obrigatório – e que as crianças vão adorar – é a viagem de Maria Fumaça entre os municípios de Campinas e Jaguariúna. A viagem completa dura cerca de três horas. A sensação de volta ao passado começa na plataforma de embarque, quando se pode ouvir o apito e avistar a fumaça do trem chegando. Os antigos vagões de madeira são puxados por uma locomotiva a vapor em uma autêntica ferrovia do século 19.

Durante o percurso, monitores especializados contam a história das ferrovias, das locomotivas e do café. É feita uma breve parada no Museu das Máquinas, instalado na estação Carlos Gomes, onde está exposto o primeiro aparelho telefônico do Brasil, testado pelo imperador Dom Pedro II.

Se durante a viagem, você sentir fome, dê uma passada no vagão restaurante. Ali você pode tomar um refrigerante acompanhado por lanches feitos na própria cozinha do trem.

Outros patrimônios históricos que você deve conhecer em Campinas são a Catedral Metropolitana e o Jóquei Clube. Dedicada à Nossa Senhora da Conceição, a catedral foi inaugurada em 1883 e construída em taipa de pilão, com o interior repleto de trabalhos talhados em madeira. Já o prédio do Jóquei possui fachadas e decorações inspiradas nos palacetes franceses do final do século XVIII. Foi tombado como patrimônio histórico em 1994.

  • Olhos no céu

Outro passeio que divertirá a garotada é uma visita ao observatório municipal. As crianças vão se deliciar ao visualizar os planetas, o céu, a lua e até suas crateras através do telescópio. O observatório fica em uma área da zona rural a 32 quilômetros do centro de Campinas, por isso antes de botar o pé na estrada, observe alguns cuidados como as condições do tempo e do veículo – você vai ter que encarar cinco quilômetros de estrada de terra e não há posto do combustível próximo. As visitas podem ser feitas aos domingos das 17h às 21h – não há limite de idade.

  • Não deixe de visitar

Inclua em seu roteiro passeios pela Escola de Cadetes e pela Torre do Castelo. O primeiro é um prédio imponente cercado de muito verde, com amplos espaços e torres que se destacam na paisagem urbana. Entre outras atrações, está uma biblioteca aberta ao público com mais de 12 mil livros. Já a Torre do Castelo, que antes era chamada de “Castelo D’água”, foi construída para abastecer os bairros que se formavam na região norte da cidade. A torre de 27 metros de altura foi erguida em um ponto estratégico para o desenvolvimento urbano. De lá, é possível ver toda a cidade.

  • Como chegar

É possível chegar por três rodovias: Bandeirantes, que liga Campinas a São Paulo; Anhanguera, que também faz a ligação entre as 2 cidades, ao interior do estado e à região Centro-Oeste; e Dom Pedro I, que liga Campinas à região do Vale do Paraíba e ao leste do País.

Muito além do meio ambiente…


Ao falarmos de sustentabilidade, é comum pensarmos em temas relacionados ao meio ambiente, porém, o conceito estende-se muito além das temáticas ambientais. Na economia, a sustentabilidade é definida como a capacidade de produção, distribuição e utilização equitativa das riquezas produzidas pelo homem. No âmbito econômico, medir as consequências das transações é fundamental. Atualmente, o mercado valoriza organizações que adotam uma gestão que visa, além do lucro, garantir sua sobrevivência e crescimento em longo prazo, de modo que suas atitudes não prejudiquem tanto do viés econômico quanto social e ambiental. Essa ideia permitiu que alguns mercados se segmentassem como é o caso do setor de energia, com o surgimento de fontes renováveis. O investimento ético e sustentável é um agente motivador no mercado SRI (Social Responsibility Initiative), conceito que está profundamente ligado à responsabilidade social das organizações. Sendo assim, é importante que as estratégias econômicas, sociais e sustentáveis da empresa caminhem unidas, tornando-se apenas uma. Uma das vantagens adquiridas pelas organizações que adotam esse conceito é a valorização de sua imagem diante do público-alvo e, também, no mercado do qual elas pertencem. É importante salientar que a sustentabilidade econômica vai muito além do que uma concepção utópica e ideológica. Ela objetiva iniciativas que avaliam a qualidade, o valor e os impactos consequentes.

Cinema Paradiso

O cineasta Salvatore di Vita apaixonou-se pelo cinema ainda na infância. Na época, em uma cidade Siciliana, o então menino, conhecido pelo apelido de Totô, hipnotizou-se pelo cinema local e criou um forte laço de amizade com o projecionista Alfredo, um homem aparentemente bravo, mas que tinha um grande coração. Essas lembranças voltam quando Salvatore recebe um telefonema de sua mãe com a notícia: Alfredo está morto.

A maestria de Giuseppe Tornatore na direção e a belissíma trilha sonora de Ennio Morricone, consagraram Cinema Paradiso como uma das obras mais emocionantes e belas da história do cinema.

Direção: Giuseppe Tornatore
País: Itália
Ano: 1988
Duração: 123 min.

Queda de Gigantes

Cinco famílias, cinco países e cinco destinos marcados por um período dramático da história. Queda de Gigantes, o primeiro volume da trilogia O Século, do consagrado Ken Follett, começa no despertar do século XX, quando ventos de mudança ameaçam o frágil equilíbrio de forças existente – as potências da Europa estão prestes a entrar em guerra, os trabalhadores não aguentam mais ser explorados pela aristocracia e as mulheres clamam por seus direitos. De maneira brilhante, Follett constrói sua trama entrelaçando as vidas de personagens fictícios e reais, como o rei Jorge V, o Kaiser Guilherme, o presidente Woodrow Wilson, o parlamentar Winston Churchill e os revolucionários Lênin e Trótski. O resultado é uma envolvente lição de história, contada da perspectiva das pessoas comuns, que lutaram nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, ajudaram a fazer a Revolução Russa e tornaram real o sonho do sufrágio feminino. Ao descrever a saga de famílias de diferentes origens – uma inglesa, uma galesa, uma russa, uma americana e uma alemã -, o autor apresenta os fatos sob os mais diversos pontos de vista. Na Grã-Bretanha, o destino dos Williams, uma família de mineradores de Gales do Sul, acaba irremediavelmente ligado por amor e ódio ao dos aristocráticos Fitzherberts, proprietários da mina de carvão onde Billy Williams vai trabalhar aos 13 anos e donos da bela mansão em que sua irmã, Ethel, é governanta. Na Rússia, dois irmãos órfãos, Grigori e Lev Peshkov, seguem rumos opostos em busca de um futuro melhor. Um deles vai atrás do sonho americano e o outro se junta à revolução bolchevique. A guerra interfere na vida de todos. O alemão Walter von Ulrich tem que se separar de seu amor, lady Maud, e ainda lutar contra o irmão dela, o conde Fitz. Nem mesmo o americano Gus Dewar, o assessor do presidente Wilson que sempre trabalhou pela paz, escapa dos horrores da frente de batalha.
Autor: Ken Follett
Ano: 2010
Editora: Sextante
Páginas: 912

Lixo eletrônico também deve ser reciclado

Qual é o destino do lixo eletrônico que você produz? Hoje em dia, é normal aparelhos tornarem-se rapidamente obsoletos e serem descartados como lixo comum. Porém, o descarte inadequado desses resíduos pode causar danos irreparáveis ao meio ambiente. Geladeiras, computadores, televisores, entre outros aparelhos, possuem em sua composição metais tóxicos como mercúrio, cádmio, berílio e chumbo. Tais elementos, em contato com o solo, contaminam o lençol freático; se queimados, poluem a atmosfera; além de originarem graves doenças nos catadores que sobrevivem da venda de materiais coletados nos aterros sanitários. De acordo com o Greenpeace, são produzidos no planeta, anualmente, cerca de 50 milhões destes dejetos. Na União Europeia, esse número vem crescendo 5% ao ano.

No caso de microcomputadores e monitores, todos os componentes podem ser reciclados, inclusive as substâncias tóxicas. Entretanto, no Brasil a maioria das empresas de reciclagem do gênero é segmentada e reutiliza apenas materiais específicos. A velocidade com que estes equipamentos tornam-se remotos faz com que a produção de resíduos aumente assustadoramente. Na Europa, desde 2003, os fabricantes são responsabilizados pelo tratamento dos dejetos eletroeletrônicos. Outra lei restringe o uso de determinadas substâncias nestes dispositivos. No Brasil, desde agosto deste ano, está em vigor a lei nº 12.305, referente à Política Nacional de Resíduos Sólidos, que determina o destino para o resíduo eletroeletrônico. No Estado de São Paulo, a Lei 13.576 institui normas e procedimentos para a reciclagem, gerenciamento e destinação final do lixo tecnológico. Segundo pesquisa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), realizada em 11 países emergentes em desenvolvimento, o Brasil tem a maior produção per capita de lixo eletrônico – meio quilo – oriundo de computadores.

Para facilitar o descarte deste material, A Universidade de São Paulo (USP) criou o Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática (Cedir) do Centro de Computação Eletrônica (CCE). O Centro recebe peças e equipamentos de informática e eletroeletrônicos obsoletos da população. Instalado em um galpão de 400m², conta com área para categorização, triagem e destinação de 500 a 1000 equipamentos por mês.

Os interessados devem agendar a entrega do seu lixo eletrônico pelos telefones 3091-6454/6455/6456 – de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h ou pelo e-mail consulta@usp.br. Para mais informações sobre o Centro e dúvidas envie e-mail para cedir.cce@usp.br.

Jardim Romano: Av. Tomás Lopes de Camargo, o antes e o depois

Como mostrei em post recente, algumas vias do Jardim Romano estão destruídas devido o intenso tráfego de caminhões. Um bom exemplo disso é a Avenida Tomás Lopes de Camargo. Conhecida pelos moradores como Central, a rua é uma das principais do bairro. Por ela circula as linhas de ônibus Jd. Romano-Penha (273j-10) e Jd. Romano-A. E. Carvalho (273j-21). Além do transporte público, os veículos pesados responsáveis pelas obras que acontecem no bairro dominaram a avenida, que antes era uma das mais bem cuidadas da região. Com a ferramenta Google Street View, podemos observar como a via era antes.

Antes: Google Street View

Hoje: Felipe Godoy



Agora, é aguardar o fim das obras e ver se a Construtora Queiroz Galvão, responsável pelo Dique, sanará os danos.

Ata-me

Rick (Antônio Bandeiras) é um ex-interno de um reformatório psiquiátrico que anseia em encontrar seu antigo amor: Marina (Victória Abril), uma atriz pornô, drogada, com quem passou uma noite no passado. Ao encontrá-la, a mantém amarrada até que ela aprenda a amá-lo. Uma história de amor que se inicia com violência, mas que muda seu rumo após adversas situações. Um filme intenso e arrebatador, assim como outras obras do diretor espanhol Pedro Almodóvar.

Direção: Pedro Almodóvar

País: Espanha

Ano: 1989

Duração: 97 min.

 

O Amor e Outros Estranhos Rumores

Há cinco anos em cena, a produtora Grupo 3 de Teatro traz a originalidade, o humor e o absurdo das obras dos escritor mineiro Murilo Rubião ao palco. O espetáculo O Amor e Outros Estranhos Rumores é composto por três contos do autor, adaptados por Silvia Gomez, sob direção de Yara de Novaes. O tradicional Teatro da Universidade Católica (TUCA) abriga a peça, que conta com os atores Débora Falabella, Maurício de Barros, Rodolfo Vaz e Priscila Jorge.

Considerado mestre da literatura fantástica brasileira, Murilo Rubião (1916-1991) teve três contos selecionados para essa encenação: O Contabilista Pedro Inácio, cujo personagem contabiliza os custos de um amor; Bárbara, em que um marido resignado se vê diante dos pedidos incessantes e nada comuns da esposa, que engorda a cada desejo satisfeito; e (Três Nomes Para) Godofredo, uma interpretação aguda sobre o casamento e a solidão. As histórias, engraçadas e absurdas, expressam o quanto há de ordinário e, ao mesmo tempo, extraordinário em nossas vidas.

A obra de Murilo Rubião permaneceu ignorada pelo grande público durante cerca de três décadas. Somente com a reedição do livro O Pirotécnico Zacarias, em 1974, o autor é reconhecido, arrematando a admiração de intelectuais do porte de Mário de Andrade.

O Grupo 3 de Teatro foi formado por Débora Falabella, Gabriel Paiva e Yara de Novaes que, assim como o inspirador de O Amor e Outros Estranhos Rumores, são mineiros.  O grupo ganhou destaque internacional com a peça A Serpente, encenada na Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema.

Na equipe de criação do espetáculo, André Cortez é o cenógrafo, Morris Picciotto compôs a trilha sonora, a iluminação é de Fabio Retti e Fábio Namatame assina figurinos e visagismo. A adaptação ficou a cargo de Silvia Gomez, autora de O Céu Cinco Minutos Antes da Tempestade. A direção de produção é de Gabriel Fontes Paiva.

Informações:
Local: Teatro TUCA – PUC-SP
Endereço: Rua Monte Alegre, 1024 – Perdizes
Data: até 28 de novembro de 2010
Horário: sexta e sábado, 21h30; domingo, 19h
Duração: 70 minutos
Lotação: 672 lugares
Recomendação: 12 anos
Preços populares: R$ 30,00 (inteira); R$ 15,00 (meia-entrada para estudantes, pessoas com mais de 60 anos e aposentados)
Tel.: (11) 2626 0938
www.teatrotuca.com.br
www.compreingressos.com

 

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