Archive for maio, 2011

Pacientes escolhem Instituto do Câncer como melhor hospital público de SP

O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) “Octavio Frias de Oliveira”, unidade ligada à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP, é o melhor hospital público do Estado. É o que aponta a mais nova Pesquisa de Satisfação dos Usuários do SUS (Sistema Único de Saúde), promovida pela Secretaria de Estado da Saúde.

Responderam à pesquisa 204,4 mil pacientes atendidos entre julho e dezembro de 2010 em 630 hospitais e centros de saúde de todo o Estado. O objetivo do projeto é monitorar a qualidade de atendimento e a satisfação do usuário, reconhecer os bons prestadores, identificar possíveis irregularidades e ampliar a capacidade de gestão eficiente da saúde pública.

Os usuários receberam formulários e puderam encaminhar suas respostas por meio de carta, internet e telefone, avaliando quesitos como a satisfação com o atendimento prestado por médicos e outros profissionais, qualidade das instalações onde o paciente foi internado, acolhimento dado pelo hospital aos pacientes e familiares e tempo de espera para internação, entre outros quesitos.

Cada formulário respondido gerou uma nota. Para o Icesp a nota média obtida foi 9,65. O segundo colocado na pesquisa foi o Hospital Estadual de Américo Brasiliense, também da Secretaria, com média de 9,62, e o terceiro foi o Hospital do Câncer de Barretos, com nota 9,60 (veja relação completa abaixo).

Com cerca de 500 leitos, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo foi inaugurado em maio de 2008. É o maior centro especializado em oncologia da América Latina. No ano passado, realizou cerca de 11.000 internações.

Uma das características essenciais do Icesp é a inovação na assistência prestada, que permite ao paciente ter todas as fases de seu tratamento, a partir do diagnóstico até a reabilitação, integradas em um único local. Atualmente o instituto possui cerca de 50 projetos na área de humanização do atendimento a pacientes, familiares e funcionários.

 

Ranking e notas dos 10 melhores hospitais públicos, eleitos pelos usuários SUS/SP

1º – Instituto do Câncer do Estado de São Paulo “Octavio Frias de Oliveira” (capital) –9,652

2º – Hospital Estadual Américo Brasiliense – 9,623

3º – Hospital do Câncer de Barretos – 9,607

4º – Hospital Estadual de Ribeirão Preto – 9,581

5º – Hospital Estadual João Paulo II, de São José do Rio Preto – 9,565

6º – Sociedade Brasileira de Pesquisa e Assistência para Reabilitação Craniofacial (Sobrapar), de Campinas – 9,556

7º – Hospital Regional de Divinolândia – 9,507

8º – Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (Centrinho) de Bauru –9,477

9º – Hospital Pio XII de São José dos Campos – 9,465

10º– Hospital Estadual de Bauru – 9,449

Maior plataforma de pesca da América Latina é reaberta

Foto: Milton Michida

A maior plataforma de pesca da América Latina foi reaberta em Mongaguá, nesta sexta-feira (27). A obra recebeu cerca de R$ 8,2 milhões do Estado entre verbas da Secretaria de Planejamento e do Dade (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias).

A plataforma é um dos principais pontos turísticos da cidade, com 400 metros em direção ao mar e dois braços de 86 metros que formam um grande “T”. Inaugurada em 1979, teve parte de sua estrutura derrubada durante uma ressaca, em 2001. Agora, a plataforma ficará aberta 24h por dia, com lâmpadas de vapor de sódio que são mais eficientes em dias de nevoeiro e que favorecem a pesca noturna. Para acesso ao local, são cobrados R$ 5.

Desilusões Perdidas, o blog do jornalista

Genialidade! Sem dúvida essa é a palavra ideal para definir o blog Desilusões Perdidas, assinado por Duda Rangel.  Em seu perfil, o autor se define como “um jornalista desempregado, um homem abandonado pela mulher. Um ser humano em ruínas, que busca sua reconstrução.” E completa: “até pouco tempo atrás, nada o motivava. Sua vida era tão alegre e vibrante quanto à dos protagonistas de filmes iranianos. Mas sem competência para o suicídio e sem dinheiro para fazer terapia, resolveu buscar sua redenção neste blog cheio de humor. Aqui, você vai encontrar um pouco do lado B do jornalismo e (por que não?) da vida também.” Com muito humor e textos brilhantes, Duda retrata o dia-a-dia da profissão mais amada pelo Gilmar Mendes. Desilusões Perdidas é daqueles blogs que, diariamente, deve ser acompanhado.

De olho na sacolinha


Quem nunca descartou o lixo de casa em sacolas de mercado que atire a primeira pedra. A prática, muito comum, está com os dias contados. Até o final do ano, supermercados de São Paulo deixarão de entregar as atuais sacolas. Em seu lugar retornam a conhecida “sacola de feira” e alternativas sustentáveis, como as ecobags (foto). E o lixo? A solução será adquirir sacos produzidos para este fim.

Bebês


Thomas Balmès, cineasta francês, no documentário Bebês conta a história de quatro recém-nascidos. O filme, produzido por Alain Chabat, da série Asterix, investe na diversidade cultural. Os bebês foram escolhidos em diferentes pontos do mundo, dois meninos e duas meninas. Elas pertencem ao mundo chamado desenvolvido, os EUA e o Japão. Eles nascem em comunidades primitivas da Namíbia e da Mongólia.

Direção: Thomas Balmés

País: França

Ano: 2010

Duração: 80 min.

SP cria ‘cardápio’ para controlar sintomas da quimio e radioterapia

Suco de couve cítrico: umas das receitas disponíveis no site do Icesp

O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), ligado à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP, acaba disponibilizar gratuitamente em seu portal na Internet um cardápio especial, que inclui preparações salgadas, doces e bebidas, voltado a pacientes em tratamento de quimioterapia.

O objetivo do cardápio é controlar ou minimizar os efeitos colaterais do tratamento do câncer e incentivar a alimentação dos pacientes, evitando perda de peso.

Alterações provocadas pelos tratamentos quimioterápicos, radioterápicos e de radioiodoterapia provocam variadas sensações desagradáveis, mas a alimentação pode ajudar no alívio destes sintomas. Por isso, a nova página traz instruções para preparar iguarias específicas para cada sintoma, indicando a melhor escolha para o paciente que, por exemplo, sente-se incomodado pela boca seca, náuseas ou dor para engolir.

Além das receitas, há dicas para controlar os efeitos colaterais. Náuseas e vômitos, diarréia, constipação, boca seca ou com feridas, dor para engolir, ausência ou alteração de paladar podem ser amenizados com informações simples e pequenas mudanças nos hábitos alimentares.

“O acompanhamento do médico e, em alguns casos, a prescrição de medicamentos para possíveis reações temporárias negativas é fundamental, mas, em conjunto com isso, o auxílio pode vir da cozinha de casa”, comenta Suzana Camacho, gerente do Serviço de Nutrição e Dietética do Icesp.

As receitas e dicas foram cuidadosamente elaboradas pela equipe do setor, que também comanda o projeto Cozinha Experimental. Uma vez por mês, acompanhantes têm aulas práticas com os profissionais e aprendem a estimular o apetite e levar bem-estar ao paciente por meio do sabor e dos benefícios da comida.

Além de nutricionistas, as oficina incluem a participação de uma psicóloga, para que os acompanhantes sejam auxiliados a compreender o comportamento do paciente nesta fase do tratamento e desenvolver recursos de enfrentamento ao lidar com estes sintomas, e de uma gastrônoma, que promove o contato com o universo da gastronomia, mostrando como ela pode facilmente ser inserida em nosso dia-a-dia.

O cardápio que ajuda a controlar os sintomas está disponível no link .

Notas que correm nas veias


Frequentemente, por volta das 13h, quem cruza a recepção principal do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), no térreo, pode ouvir o som do piano ecoar. A responsável por isto é Clarinquetis Vieira, técnica de enfermagem, que sempre dedica à musica uma parte de seu horário de almoço. A pianista, entretanto, não é pianista. Não se assuste com o paradoxo, isso acontece porque o piano é apenas um dos instrumentos tocados por ela. Na realidade, Clarinquetis é organista, ou seja, toca órgão, além de teclado e violão – e do sonho em aprender a manejar o violino. O órgão é um instrumento muito parecido com o piano e com o teclado, mas o som é produzido pela passagem do vento (ar comprimido) por tubos de metal e madeira.

A paixão pela música motivou a jovem de olhos verdes a estudar o instrumento, aos 12 anos, junto com a irmã. “O professor ficou admirado com a agilidade com que eu aprendia”, afirma. E era de se admirar: ela dedicava de quatro a cinco horas do seu dia estudando. Isso sem deixar de lado as atividades domésticas e o colégio. Mas confessa que não foi fácil: “no começo, é como não saber ler nem escrever”, compara.

Assim que terminou o curso, participou de um teste para tocar na igreja. Resultado: passou e começou a tocar no grupo de jovens, aos 14 anos. Hoje, Clarinquetis pode tocar em cultos oficiais em qualquer templo de sua igreja no planeta. A jovem não é a única na família que possui o dom da música. Um dos seus irmãos toca violoncelo, outro, trombone, e o pai, clarinete. Uma orquestra familiar, que pode ser vista se apresentando na igreja para mais de 500 pessoas. O repertório é formado por músicas do hinário. “Às vezes, quando estou tocando aqui, outros evangélicos se aproximam e até pedem para tocar algum hino. É muito gratificante para mim”, ressalta.

Desejo Proibido (If These Walls Could Talk)

Por Carolina Rebello, minha amiga.

O título original deste filme, em uma tradução livre, significa Se Estas Paredes Pudessem Falar. A alusão é clara ao ambiente em que se passa a história, uma mesma casa, que atravessa os anos abrigando as experiências de diferentes moradores.

Entre elas, três histórias de amor, tendo em comum a necessidade de enfrentar preconceitos. A cultura de cada época é o que influencia cada história. A opressão explicita de 1961, a teórica liberdade, regada à paz e amor, de 1972, e o espaço conquistado por minorias no ano 2000, mesmo com o preconceito ainda vivo por todos os cantos, interferem na rotina de pessoas que experimentam o sentimento universal e atemporal da paixão. Um roteiro sobre as mudanças e semelhanças na aventura de amar, seja quem, onde e quando for.

Direção: Jane Anderson, Martha Coolidge, Anne Heche.

País: EUA

Ano: 2000

Duração: 96 min.

Seu cartão de visita


Há quem diga que uma boa aparência é o cartão de visita de qualquer um. Ter um bom visual não é sinônimo de beleza, mas de cuidado. Roupas limpas e alinhadas, postura e modo ao andar, linguajar adequado, cabelos penteados, higiene, perfumes discretos, acessórios adequados e, no caso dos homens, a barba bem feita ou aparada são elementos que fazem toda diferença. Outra dica importante é nunca exagerar: mulheres devem evitar abuso no comprimento da saia e do decote, excesso de maquiagem, saltos muito altos e adornos extravagantes ou em excesso. No caso dos homens, é preciso atentar-se ao excesso em acessórios e no alinhamento das roupas. Para aqueles que precisam vestir-se com roupa social, a boa escolha da gravata é importante.

SP lança movimento para incentivar prevenção do câncer

O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), ligado à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP, lançou o movimento “Doe 1 Dia”, para mobilizar e incentivar a população paulista quanto à importância da realização de exames preventivos que podem detectar o câncer.

Realizada em parceria com a Agência África e o jornal Folha de S. Paulo, a mobilização, que já conta com o apoio da Federação das Associações Comerciais de São Paulo (Facesp), tem como objetivo estimular a doação de um dia a ser dedicado para a realização de exames e, assim, diagnosticar de forma precoce um possível tumor, a exemplo dos de pulmão, mama, colo de útero e pele.

O objetivo é, inclusive, levar o movimento aos ambientes profissionais, para incentivar empresas de diferentes segmentos a orientarem seus funcionários a buscarem encaminhamento médico para realização dos exames preventivos.

“Há pessoas que deixam de realizar exames por falta de hábito, por medo do resultado ou por falta de informação. Com o envelhecimento da população, é importante que a população se conscientize sobre a importância da prevenção contra o câncer. Por isso a ideia da campanha”, diz o secretário de Estado da Saúde, Giovanni Guido Cerri.

Pelo o site http://www.doe1dia.org.br, a população paulista terá acesso a informações sobre o movimento e conhecerá os principais tipos de câncer e as medidas a serem tomadas para a prevenção e tratamento.

“O quanto antes o tumor for detectado, maiores serão as chances do sucesso no tratamento”, conclui o secretário.

Ensinando a viver


Quem observa os longos cabelos de Jocastra Oliveira,  do Serviço Social do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), não imagina que há pouco tempo a jovem precisou cortá-los. Aos 16 anos, descobriu-se portadora de hidrocefalia, doença que gera o acúmulo de líquido no crânio, podendo causar lesões cerebrais. A enfermidade é comumente diagnosticada na gestação ou no início da infância. Mas, no caso da moça de sorriso tímido, foi detectada na adolescência. Não se sabe o porquê, porém o mais provável é que uma queda tenha causado o problema. Um caso raro.

Após conviver por algum tempo com dores de cabeça, ela decidiu procurar um neurologista – que, ao receber os resultados dos exames, solicitou internação imediata. Foram 40 dias no hospital, aguardando a cirurgia, realizada em dezembro de 2005. Antes disso, precisou tomar uma difícil decisão: raspar os cabelos. A resistência inicial deu lugar à luta pela vida. Precisou também abandonar o colégio. “Mas não tive problemas, pois já tinha passado de ano”, recorda, com orgulho.

Jocastra diz que não sofreu bullying ao voltar à escola, talvez por causa do estilo rock’roll que adotou. Para driblar a careca, usava lenços e bonés. E curtiu as fases do cabelo: curto, arrepiado, chanel. “Até de vermelho pintei”. O tratamento, no início, árduo e semanal; com o tempo amenizou-se. Até hoje ela convive com a hidrocefalia, sentindo um pouco de dor na válvula implantada para drenar o líquido cerebral, principalmente no frio. Pouca coisa mudou em sua vida. Lamenta por não poder mais jogar futebol e praticar ginástica olímpica, esportes que disputava em torneios intercolegiais. Porém, destaca como a força pode nos levar a vencer grandes competições, na vida: “não vivo para doença, vivo com ela”.

Desafiando Gigantes


Há anos à frente de um time futebol americano, o treinador Grant Taylor nunca levou sua equipe às finais do campeonato local. O fracasso invade também sua casa, quando descobre que não pode ter filhos com a esposa. Além disso, se depara com a possibilidade de ser demitido. É quando ora e recebe a mensagem de um visitante inesperado. A partir daí, o treinador desafia tudo e a todos, com o objetivo de provar o poder transformador do amor.

Direção: Alex Kendrick

País: EUA

Ano: 2006

Duração: 111 min.

Ensaio Sobre a Cegueira

À espera de que o sinal vermelho transforme-se em verde, repentinamente, tudo fica branco. O motorista é o primeiro caso de uma cegueira desconhecida, incurável e epidêmica. A cegueira branca, como um mar de leite, espalha-se incontrolavelmente. Diante da situação, o governo é resoluto e coloca em quarentena os infectados e aqueles que tiveram contato com eles. Com recursos limitados, instalados em um manicômio desativado, aos poucos, as características mais primitivas do ser humano são desvendadas. A “treva branca” torna a Terra num mundo cego e de cegos, em que apenas uma mulher, esposa de um oftamologista, mantém, misteriosamente, a visão. Ela é obrigada a presenciar visualmente os sentimentos, tanto bons como ruins, narrados na obra; metamorfoseados em lutas pela comida, compaixão pelos necessitados, violência, abuso sexual, mortes… Quando finalmente conseguem sair da quarentena, os cegos se deparam com uma sociedade devastada, com ruas pavimentadas por detritos, lixo e cadáveres e em que os sobreviventes tornaram-se nômades, sempre em busca de abrigo e comida.

Brilhantemente, José Saramago, Nobel de Literatura, desperta em cada leitor experiências únicas, obrigando-os à parar, fechar os olhos e ver. Ele não faz distinção de personagens pelos nomes, mas sim por características e particularidades. Entre os personagens principais estão o primeiro cego, a mulher do primeiro cego, o médico, a mulher do médico (que vê), a rapariga dos óculos escuros, o velho com a venda no olho, o rapazinho estrábico e o cão das lágrimas. Em Ensaio Sobre A Cegueira, Saramago faz um excelente casamento entre a literatura e a sabedoria.

Autor: José Saramago

Ano: 1995

Páginas: 312

Editora: Companhia das Letras

Rio, um desenho para todas as idades

Para aqueles que acreditam que desenho animado é coisa de criança, é melhor mudar de ideia. Rio, com projeto e direção do brasileiro Carlos Saldanha, que também dirigiu a série A Era do Gelo, e escrito por Don Rhymer, traz para a tela do cinema as belezas da cidade maravilhosa, sem esconder suas mazelas.
A história começa em um remanescente da Mata Atlântica próximo à capital fluminense. Vários pássaros são capturados por traficantes, entre eles, um raríssimo filhote de uma espécime de arara azul. O destino leva a ave para o estado de Minnesota, nos Estados Unidos, onde é encontrado por Linda, que a cria e lhe dá o nome de Blu. Com o tempo, os dois tornam-se grandes amigos. Quinze anos depois, surge na vida dos dois o cientista brasileiro Túlio, que vai à Minnesota a procura de Blu, o último macho de sua espécie. Túlio convence Linda de levar a ave para o Rio de Janeiro, onde há a última fêmea, Jade, com o objetivo de fazê-los acasalar. Entretanto, ela, ao contrário de Blu, tem um espírito livre e odeia ficar engaiolada, o que gera atritos logo no primeiro encontro. Quando o casal é capturado por uma quadrilha de venda de aves raras, ficam presos por uma corrente na pata. É quando precisam unir forças para escapar do cativeiro.
Ao longo da história personagens divertidos e/ou singulares surgem: a cacatua Nigel, que pertence ao chefe dos contrabandistas; Fernando, um garoto que, por dinheiro, ajuda à capturar as aves; Rafael, um tucano pai de família; um grupo de saguis ladrões; Luiz, um buldogue serralheiro; entre outros.
O filme está conquistando fãs pelo mundo afora, não por acaso. Além da qualidade visual, o conteúdo é ótimo. Podemos dizer que Rio é um convite aos estrangeiros para as Olimpíadas de 2016 e um canal para que os brasileiros possam conhecer melhor e valorizar sua própria terra. Os contrastes sociais não são esquecidos. Fernando é um exemplo de como a aparente facilidade pode levar à crimininalidade meninos pobres. A favela também é mostrada, não só como abrigo de criminosos, mas como um espaço de convivência, alegria, união. Outro ponto central e importante é a abordagem sobre o tráfico de animais silvestres. Nossa fauna é diariamente desfalcada e pouca coisa contra isso é feita. Talvez o filme funcione como um alerta. Além de tudo isso, tem a rivalidade Brasil-Argentina, o carnaval, a paisagem, a hospitalidade do povo brasileiro… Um filme para todas as idades e com todo o charme e ritmo da cidade maravilhosa.

Direção: Carlos Saldanha
País: EUA
Ano: 2011
Duração: 96 min.

Por trás das lentes

Foto: Dina Ferreira

 Foi em 1826 que a primeira imagem reconhecida como uma fotografia foi produzida. A foto,  “impressa” pelo francês Joseph Nicéphore Niépce (1765 – 1833) em uma placa de estanho coberta com um derivado de petróleo, precisou de oito horas para ser obtida. Algo inimaginável num tempo em que alguns segundos após de o flash acender, a imagem já está na tela, e se não ficar boa – de acordo com as preferências do fotógrafo – pode ser apagada e rapidamente substituída. Essa evolução permitiu transformar a fotografia na memória impressa do homem, seja de lembranças sociais, históricas ou pessoais.

A voluntária Dina Ferreira é uma dessas pessoas que não deixam de registrar pelas lentes de sua câmera momentos marcantes de sua vida. Casada há cerca de 20 anos, encontrou no antigo hobby do marido, Arthur, um universo. Em suas viagens, levava consigo uma máquina fotográfica, sempre configurada no modo automático. Foi durante sua estada na cidade francesa de Saint Marie de Moustier que surgiu o interesse em aprofundar seus conhecimentos sobre a fotografia. Tendo em vista a curiosidade da esposa, Arthur deu à Dina uma máquina com recursos mais avançados e lhe ensinou o básico. “Quando percebemos que eu já estava fazendo perguntas difíceis, decidimos entrar em um curso”, recorda a voluntária, com o característico sorriso. Dina confessa que quase desistiu, devido à exigência e técnicas ensinadas. “Porém os professores eram maravilhosos.” Depois disso, não parou mais. Registrou com sua câmera momentos únicos, vividos em várias partes do planeta. No “pequeno” acervo de aproximadamente 30 mil imagens – sem contar as mais de 30 mil do esposo –, guarda fotos de países como Nepal, Jordânia, Egito, Israel, Índia, Tailândia e também de diversas cidades brasileiras. Ao lembrar da expedição realizada no país asiático Mianmar (foto), o sorriso dá lugar às lágrimas, não de tristeza, sim de saudade. “Lá, o povo vive sob uma ditadura. E mesmo assim as pessoas são espetaculares”, comenta. Dina adora interagir com quem está fotografando e sempre procura aprender um pouco da língua local dos lugares onde visita. Tem também em seu DNA um outro dom: o de ajudar. A integrante da Associação de Voluntárias do Hospital das Clínicas (AVOHC), também é colaboradora de uma ONG que auxilia em tragédias ambientais, como as enchentes no Alagoas e na cidade paulista de São Luiz do Paraitinga e o desastre na serra fluminense, no início deste ano. Esses momentos, além de serem retratados pela sua câmera, são registrados em seu coração.

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